Da Redação
PJC-MT
Mais de 14 mil pessoas, entre estudantes da rede pública e privada foram atendidos este ano pelo programa De Bem Com a Vida, que por meio de palestras e consultas evitam que menores entrem no alcoolismo. O objetivo maior é o de ajudar - meninas e meninos -, a fazerem boas escolhas. Pois ainda que a bebida seja proibidas para menores de 18 anos, elas têm entrado cada vez mais cedo na vida destes adolescentes. E na maioria das vezes, sem conhecimento dos pais. São menores que em idade escolar, têm acesso a bebidas em festas de amigos, baladas e bares. Com as ações do programa De Bem Com a Vida, em 2016, atenderam
Presente em praticamente todo Estado, as atividades do programa resultou no atendimento a 14.354 pessoas, de todos os níveis sociais e idades, com mira para 10 mil adolescentes, que participaram de palestras orientativas e outras atividades do programa de prevenção ao consumo de álcool e outras drogas ilícitas.
O programa tem agenda fixa com 13 escolas da rede pública, conveniadas a outro programa da Polícia Judiciária Civil, o De Cara Limpa Contra as Drogas. As ações também atendem demandas espontâneas das unidades de ensino e ainda são levadas para funcionários de empresas, indústrias e povos indígenas.
Desde que foi lançado em 2013, o programa tem como público-alvo alunos do ensino fundamental e médio. Mas, atualmente, segundo o coordenador do programa, investigador Ademar Torres de Almeida, a abordagem foi ampliada para trazer aos debates novos atores sociais. “Quando atingimos outros públicos, estamos indiretamente cuidando das crianças e adolescentes, uma vez que a família é o primeiro e mais importante agente em termos da formação de valores, capaz de proteger o jovem do consumo precoce e excessivo do álcool”, disse
O plicial ainda relata que uma das maiores dificuldades no enfrentamento ao consumo de bebidas é a associação do álcool com status social. Para ele, é necessário de que essa ligação seja quebrada. Conforme o investigador, as propagandas relacionam situações culturalmente consideradas prazerosas, como festas, bares, praias, ou música, ao consumo de bebida.
“A mídia sugere que atitudes consideradas positivas como diversão, beleza e sedução são trazidas pelo comportamento de beber. A música é outro aspecto cultural de influência e muitas letras abordam o uso de álcool a um estilo de vida caracterizado por sexo, riqueza, festa e popularidade”, explica.
Outro grande problema, apontado pelo investigador, é a falta de continuidade a abordagem do tema, dentro da sala de aula. “Sabemos que a escola não é suprema, porém, tem o papel de informar, instigar, provocar e não se omitir, instrumentalizando os adolescentes por meio de debates, dinâmicas de grupo, como conviver com drogas lícitas, buscando, por exemplo, identificar riscos à saúde, provocados pelo uso do álcool consumo do álcool e os motivos que levam os adolescentes a ingerir bebidas alcoólicas”.
Política Estadual do Álcool
A proposta da Política Estadual do Álcool apresentada a Assembleia Legislativa de Mato Grosso surgiu a partir da experiência do investigador, que percebeu que somente através de palestras e ações em escolas não conseguiria minimizar a epidemia do álcool. A primeira audiência pública a fim de debater o tema foi requerida pelo deputado estadual Wancley Carvalho e realizada no mês de novembro, na casa legislativa, em Cuiabá.
A Política Estadual sobre o Álcool contém princípios fundamentais à sustentação de estratégias para o enfrentamento coletivo dos problemas relacionados ao consumo de álcool, contemplando a intersetorialidade e a integralidade de ações para a redução dos danos sociais, à saúde e à vida, causados pelo consumo precoce da substância, bem como as situações de violência e criminalidade, associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas na população mato-grossense.
Dados mostram que o álcool aparece com destaque, sendo, sem sombra de dúvidas, a droga mais consumida no Brasil e a responsável pelos maiores índices de problemas decorrentes de seu uso. O uso e abuso de bebidas alcoólicas por adolescentes implica no aumento de demandas, tanto na área criminal, nos crimes de homicídio, tráfico, delitos de trânsito, quanto cível, em acolhimentos institucionais, internações compulsórias, situações de risco à infância/juventude.
Ademar explica que a aliança entre governo e sociedade é fundamental para a adoção de medidas discutidas democraticamente que atenuem e previnam os danos resultantes do consumo de álcool em situações específicas como transportes, ambientes de trabalho, eventos de massa e em contextos de maior vulnerabilidade.
“A regulação das medidas atinentes ao consumo de bebida alcoólica se torna essencial para garantir políticas de saúde pública que atinjam esse problema em seu embrião, uma vez que apesar da legislação, a dificuldade para comprar uma bebida é quase inexistente. Ao contrário, a compra é facilitada. Adolescentes frequentam festas conhecidas como open-bar, em que alguns tipos de bebidas são distribuídas livremente para quem pagou o valor da entrada”, disse.
Aldeias Indígenas
Em abril deste ano, cerca de 850 indígenas de oito aldeias das etnias Tapirapé e Karaja, da região do município de Santa Terezinha (1.312 km a Nordeste), participaram das atividades desenvolvidas pelo projeto.
O encontro com os índios das aldeias Kutaria, São João, Majtyri Tawa, Ibutuna, Hawalora, Macauba, Itxala e Comunidade Lago Grande, foi organizado pela psicóloga Aparecida Santos, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), devido o índice de alcoolismo entre os índios, além de propiciar o bem-estar psíquico de todos os moradores das aldeias.
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