Christinny dos Santos
Única News
Sócio-proprietário da boate Nuun Garden, o empresário Igor Noda afirmou que prestou todo apoio ao psicólogo Douglas Amorim, agredido dentro do seu estabelecimento por Yuri Matheus de Siqueira Matos. Ele afirmou que, devido às Leis Gerais de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), não pôde ceder as imagens das câmeras à vítima, mas já encaminhou para as autoridades policiais.
Douglas Amorim utilizou as redes sociais para falar a respeito do que aconteceu na boate, denunciar o que considerou um descaso do estabelecimento e a falta de medidas para lidar com casos de homofobia. Conforme relato e boletim de ocorrência, o empresário passou a madrugada de sábado para domingo (12 e 13.01) lançando olhares intimidadores para ele e seu marido. Ao final da noite, a agressividade passiva se tornou física e Yuri bateu a cabeça do psicólogo no mictório.
Em seu depoimento, Douglas afirmou que dois dos seguranças presentes na boate durante a agressão pareciam amigos ou já conhecer seu agressor. Além disso, o psicólogo conta que enquanto ainda estava no banheiro, após ter sido atacado, dois deles foram até lá, mas não fizeram nada, apenas ficaram olhando. “Os seguranças, eles foram até o banheiro nesse momento, eles só ficaram olhando, não me ajudaram a levantar, não me prestaram socorros, não chamou a ambulância, não chamou a polícia, não impediu o criminoso de ir até o caixa, fazer o pagamento e sair da boate”, contou, expressando sua revolta.
A boate já havia se manifestado afirmando que conta com socorristas e seguranças em seu quadro de funcionários, que inclusive teriam prestado os primeiros socorros à vítima. No entanto, informou que estavam "apurando os fatos para fornecer os devidos esclarecimentos aos envolvidos e às autoridades competentes".
Em nota enviada à imprensa nesta quarta-feria (15), o proprietário relatou que Douglas e o agressor se envolveram em uma discussão e a agressão ocorreu depois, já no banheiro, onde não há câmeras. Ele ressaltou que a segurança foi imediatamente acionada, dando todo suporte a Douglas e, além dos amigos, o psicólogo teria sido acompanhado também por dois seguranças até o hall do estabelecimento.
Segundo Noda, foi perguntado a Douglas quem o havia agredido, que roupa vestia ou mesmo sua altura, mas ele não foi capaz de dar as informações, impossibilitando qualquer ação no momento. O motorista do estabelecimento também estaria pronto para levar o psicólogo ao pronto atendimento, mas ele negou, dizendo que iria com o sobrinho que estava presente.
Noda afirmou que, com as imagens coletadas, aguardava ser acionado pelas autoridades policias, como não foi, ele mesmo procurou a delegacia. "No mais, as imagens das câmeras de segurança não poderiam ser cedidas diretamente à vítima ou à sua advogada devido à LGPD, inclusive para preservar clientes da casa que não estão envolvidos no caso", justificou.
Igor Noda esclareceu ainda que nenhuma outra medida, como proibir a saída dos clientes, poderia ser tomada. "Aparentemente há uma certa revolta do senhor Douglas, alegando sobre um protocolo de segurança em não permitir a saída das pessoas, o que é completamente proibido pelas autoridades, pois trata-se de cárcere privado. Nossa ação foi transparente, seguindo os critérios da lei. Entregamos as autoridades todas as imagens, para que a justiça seja feita", afirmou.
"Jamais fomos coniventes com qualquer tipo de agressão ou discriminação, desejamos melhoras ao Douglas e que a justiça seja feita, e nos colocamos à disposição a ajudar no que for necessário, dentro dos critérios legais", diz, por fim.
Entenda
Confira o depoimento completo de Douglas
No vídeo gravado para redes sociais, assim como no boletim de ocorrência registrado por Douglas junto à Polícia Civil, Douglas narra que chegou à boate com seu marido, Eloísio, ainda na noite de sábado e foi até um dos camarotes em que estava um sobrinho. Na ocasião, outros camarotes ainda estavam relativamente vazios.
Segundo Douglas, o agressor chegou por volta de 01h30 da manhã e não parava de olhar para o casal homossexual. Ele ponderou que o homem poderia estar incomodado por ele estar ao lado do marido, demonstrando afeto. Em dado momento, o agressor chegou a esbarrar, como quem dá um empurrão, no marido da vítima, mas até ali ele julgou que o homem já estivesse bêbado ou não tivesse feito por mal, então, não contou ao psicólogo.
Ainda conforme o depoimento, a confusão começou de fato quando ele foi pela primeira vez ao banheiro. Yuria teria questionando porque o psicólogo estava olhando para seu corpo, ao que ele negou a acusação, de fato, xingando o empresário.
A agressão aconteceu na última ida de Douglas ao banheiro antes de deixar a boate. "Quando eu estava mijando em pé, eu sinto duas mãos nas minhas costas, uma nas minhas costas e uma próxima aqui à cabeça, na nuca, me empurrando contra o mármore que divide o mictório e aquele descanso onde fica em cima do mictório, que as pessoas normalmente colocam a bebida ali pra poder utilizar o mictório. Eu bato meu rosto ali e essa é a última memória que eu tenho. Nem da batida eu me lembro. Eu não vi se aproximar, chegar atrás de mim”, narrou o psicólogo.
Confira a íntegra da nova nota emitida pela Nuum Garden:
Sou Igor Noda, socio da Nuun Garden.
Venho esclarecer o ocorrido com o senhor Douglas.
Não haviamos nos manifestado, pois existem situações que dependem da autorização das autoridades, existe ainda a Lei Geral de Proteção de Dados onde os videos precisam ser entregues as autoridades e ainda precisam ser preservadas as pessoas não envolvidas.
Para falar do ocorrido, após ocorre que o Douglas teve uma briga verbal com seu agressor. Horas depois, ao se dirigir ao banheiro, local esse que por questões de privacidade são proibidas camêras, houve o fato.
Imediatamente a segurança foi acionada, dando todo suporte ao Douglas, ele foi acompanhado por amigos e dois seguranças, ate o hall do estabelecimento.
Foi prestado os primeiros socorros e a segurança da casa isolou a vitima.
Foi lhe perguntado se ele sabia quem era o agressor, que roupa vestia, altura… e o mesmo não soube informar, impossibilitando qualquer ação no momento.
Aparentemente há uma certa revolta do senhor Douglas, alegando sobre um protocolo de segurançar em não permitir a saída das pessoas, o que é completamente proibido pelas autoridades, pois trata-se de cárcere privado.
Desta forma, informamos que o motorista estava pronto para leva-lo ao PS, onde seu sobrinho dispensou o serviço, alegando que iriam em seu carro.
Asseguro que a casa prestou total atendimento a vitima.
Na segunda feira, fomos procurados pela advogada da vitma, nos solicitando as imagens. E nós a informamos que as imagens já estavam coletadas, mas por uma questão judicial, só poderiamos enviar a delegacia onde o B.O. fora feito. Como não recebemos nenhuma procura das autoridades, a Nuun Garden decidiu por conta propria se dirigir a delegacia, registrar os fatos e entregar todas as imagens do estabelecimento.
Nossa ação foi transparente, seguindo os critérios da lei. Entregamos as autoridades todas as imagens, para que a justiça seja feita. Conforme o Delegado, as imagens precisam ficar com eles e em sigilo.
A Nuun Garden, jamais fomos conivente com qualquer tipo de agressão ou discriminação, desejamos melhoras ao Douglas e que a justiça seja feita, e nos colocamos a disposição a ajudar no que for necessário, dentro dos critérios legais.
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