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POLÍCIA Quinta-feira, 22 de Junho de 2017, 10:39 - A | A

22 de Junho de 2017, 10h:39 - A | A

POLÍCIA / OPERAÇÃO CONVESCOTE

Suborno de oficial de justiça é gravado em shopping por servidora; veja vídeo

Por Suelen Alencar/ Única News



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A servidora da 7ª Vara Criminal de Cuiabá que foi alvo de tentativa de suborno do oficial de Justiça, Eder Gomes de Moura, um dos alvos da operação Convescote que  investigava um esquema de corrupção no qual envolve a Faespe (Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual) e orgãos como Tribunnal de Contas, Assembleia Legislativa, e Tribunal de Justiça gravou a conversa que teve com o servidor em um shopping de Cuiabá. 

 

"Por isso que eu falo tudo feio de você na hora que você sente segura aqui que tiver só você entendeu.Aí se levo processo pra algum lugar tira cópia eu tiro ele mesmo", diz o oficial em vídeo gravado pela servidora. 

 

De acordo com a juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, em descisão expedida no último dia 12 de junho a servidora foi até o Gaeco - Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado  para denunciar a "perseguição" do oficial e do dinheiro oferecido para que ela lhe entregasse os autos da investigação.  Em uma parte do vídeo a servidora, ainda questiona quanto receberia para fazer o serviço e o oficial responde que o pagamento seria em dinheiro. 

 

Veja Vídeo:

 

Narra a servidora  que Eder Moura, que também é presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça de Mato Grosso (Sindojus/MT), a procurou sob a alegação de que precisava de documentos  de seu marido, que também trabalha como oficial de justiça. O encontro teria acontecido em um shopping de Cuiabá, segundo o relato o oficial ofereceu cerca de  R$ 5.000,00 para a servidora.

 

"Ao aproximar-se da servidora ele confidenciou que precisava tratar de um outro assunto, quando pegou do bolso da camisa um exitrato de consulta de um processo, cujo código é 439595 d,izendo que queria cópia integral daqueles autos, exceto das mídias. Neste momento, escreveu naquele papel: R$ 5.000,00 (cinco mil reais)", descreve documento. 

 

A servidora recusou a passar as informações mas Eder insistiu, dizendo que a pessoa que se interessava pelo conteúdo do processo era um advogado, sobrinho de um desembargador. Já alguns dias depois, Eder ainda ligou três vezes mas, a servidora não atendeu. Então no dia 2 de junho, ele ligou novamente dizendo que precisava entregar documentos para o marido dela. 

 

"Em um salão de beleza no centro de Cuiabá, ele não trouxe qualquer documento, mas indagou dados bancários de seu marido e em seguida pegou um papel embranco e disse: 'olhá ele tá te oferecendo agora este valor'  e escreveu no papel R$ 15.000,00", descreve trecho da descisão. Após essa abordagem, a servidora novamente se recusou a atender o pedido e procurou o Gaeco.

 

Gravação no shopping

 

Assim que tomou conhecidmento da denúncia, o Gaeco prepararam a servidora com equipamento corporal de gravação de áudio e vídeo e, em seguida, a mesma deslocou-se até o Shopping Pantanal, quando gravou a conversa. O relatório das investigações aponta, que vários agentes do Gaecop estavam presentes no Shopping no momento do encontro, fato que ficou registrado por fotografias, disponiveis nos autos. Além disso, a testemunha disponibilizou os arquivos de mídia de WhatsApp de seu aparelho celular, por onde manteve conversações com o suspeito Eder.

 

"No diálogo travado no Shopping Pantanal percebe-se que o interlocutor de servidora é a pessoa de Eder e que o contexto da conversa faz sentido, quando concatenado aos demais dados já fornecidos pela gestora. Nesta última conversa, apenas não há oferta expressa de quantia em dinheiro, mas resta bem nítido que Éo oficial pede o acesso aos autos sigilosos e diz que age em nome de um advogado, que seria filho de um desembargador", cita documento.

 

Segundo o que se depreende do diálogo, o cliente desse advogado só se interessaria em contratá-lo depois de ter acesso ao conteúdo dos autos sigilosos, daí o motivo pelo qual o advogado não pediu em juízo vistas dos autos. Selma decretou a prisão do ofical devido a complexidade de monitorar os passos do suspeito, já que só o afastamento das funções não impediria o acesso ao advogado, ao cliente e até mesmo a outros membros da organização criminosa investigada. 

 

 

 

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