14 de Fevereiro de 2025
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POLÍCIA Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2025, 15:38 - A | A

16 de Janeiro de 2025, 15h:38 - A | A

POLÍCIA / AGRESSÃO NA NUUN

Vídeo mostra confusão em boate que terminou com acusação de homofobia

Douglas Amorim denunciou o que considerou um descaso do estabelecimento e a falta de medidas para lidar com o suposto caso de homofobia

Christinny dos Santos
Única News



Imagens das câmeras de monitoramento da boate Nuun Garden, estabelecimento em que o psicólogo Douglas Amorim denunciou ter sido agredido pelo empresário Yuri Matheus Matos, neste final de semana em Cuiabá, mostra parte da confusão que terminou com o profissional de saúde mental desmaiado e sangrando.

Douglas Amorim utilizou as redes sociais para falar a respeito do que aconteceu na boate, denunciando o que considerou um descaso do estabelecimento e a falta de medidas para lidar com o suposto caso de homofobia. Conforme relato e boletim de ocorrência, o empresário passou a madrugada de sábado para domingo (12 e 13.01) lançando olhares intimidadores para ele e seu marido. Ao final da noite, a agressividade passiva se tornou física e Yuri bateu a cabeça do psicólogo no mictório.

As imagens do estabelecimento mostram Douglas sendo segurado por outro homem, enquanto discute com outra pessoa no camarote. Uma vez que a discussão foi contida, ele deixa a pista e se senta em um sofá e começa a 'dançar', movimentando o tronco, pescoço e cabeça.

No próximo recorte do vídeo, ele se levanta e sai. Outra câmara mostra que ele entra no banheiro. Alguns passos atrás do psicólogo aparece o empresário Yuri, que coloca a bebida no balcão do bar, tira o relógio e também entra no sanitário.

Logo depois, alguém sai do banheiro e chama os seguranças da casa. Um dos trabalhadores faz sinal para outro, que está mais longe do banheiro e depois entra. Logo depois, Douglas é filmado saindo do banheiro, sedo carregado por amigos e familiares com quem estava na boate. Os dois funcionários da casa acompanham a situação.

O caso

Em vídeo gravado para redes sociais, assim como no boletim de ocorrência registrado por Douglas junto à Polícia Civil, ele narra que chegou à boate com seu marido, Eloísio, ainda na noite de sábado e foi até um dos camarotes em que estava um sobrinho. Na ocasião, outros camarotes ainda estavam relativamente vazios.

Por volta de 1h30 da madrugada, várias pessoas começaram a chegar ao local, que começou a encher, entre elas o agressor. Segundo Douglas, desde que chegou o homem não parava de olhar para o casal homossexual. Ele chegou a comentar a respeito com o marido, questionando e imaginando que poderia ser dos milhares de seguidores do psicólogo, ex-namorado ou até marido de alguma paciente.

Em determinado momento, o psicólogo diz ter entrado no banheiro e, antes que pudesse ter qualquer reação, ele sentiu alguém o tocando e depois apenas sua cabeça batendo contra o mictório, momento em que desmaiou.

Então, Douglas caiu e bateu a cabeça novamente. Ele narra que foi Eloísio quem o encontrou quando ele estava “meio convulsionando” e com sangramento. O amigo também entra, sobe a roupa do psicólogo e ajuda a levá-lo para o carro e, posteriormente, para a unidade de saúde. O psicólogo afirmou que enquanto ainda estava no banheiro, os seguranças foram até lá, mas não fizeram nada, apenas ficaram olhando.

O que diz o acusado

Yuri Matheus de Siqueira Matos negou ter agredido o psicólogo Douglas Amorim, que o denunciou após uma briga no banheiro da boate Nuun Garden, em Cuiabá. Yuri alegou que agiu em legítima defesa diante de suposto assédio praticado pelo psicólogo. Segundo Yuri, a vítima, que teve ferimentos no olho e supercílio, desmaiou por esta sob efeitos de "substâncias nocivas".

Por meio de nota, Yuri afirmou que, na verdade, ele é que teria sido vítima de assédio. Segundo ele, ao que tudo indica, Douglas estava sob efeito de substâncias nocivas e ficou tentando olhar suas partes íntimas enquanto supostamente fingia utilizar o mictório ao seu lado.

Ainda segundo Yuri, ao contrário do que foi narrado pelo psicólogo, Douglas chegou a ameaçá-lo, dizendo que quebraria uma garrafa em sua cabeça, além de xingá-lo. Neste momento, o empresário teria apenas expressado sua indignação acerca da "conduta oportunista de assédio e, até pelo receio da estatura de Douglas (1,88 m), inicialmente apenas o questionou de forma verbal".

Nuun Garden se defende

Sócio-proprietário da boate Nuun Garden, o empresário Igor Noda afirmou que prestou todo apoio ao psicólogo Douglas Amorim, agredido dentro do seu estabelecimento por Yuri Matheus de Siqueira Matos. Ele afirmou que, devido às Leis Gerais de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), não pôde ceder as imagens das câmeras à vítima, mas já encaminhou para as autoridades policiais.

A boate já havia se manifestado afirmando que conta com socorristas e seguranças em seu quadro de funcionários, que inclusive teriam prestado os primeiros socorros à vítima. No entanto, informou que estavam "apurando os fatos para fornecer os devidos esclarecimentos aos envolvidos e às autoridades competentes".

Em nota enviada à imprensa nesta quarta-feria (15), o proprietário relatou que Douglas e o agressor se envolveram em uma discussão e a agressão ocorreu depois, já no banheiro, onde não há câmeras. Ele ressaltou que a segurança foi imediatamente acionada, dando todo suporte a Douglas e, além dos amigos, o psicólogo teria sido acompanhado também por dois seguranças até o hall do estabelecimento.

Noda afirmou que, com as imagens coletadas, aguardava ser acionado pelas autoridades policias, como não foi, ele mesmo procurou a delegacia.

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