Diego Frederici / Única News
(Foto: Divulgação)

Com 60,4% dos votos, o candidato Emanuel Pinheiro (PMDB) venceu a disputa das eleições municipais de Cuiabá e será o novo ocupante do Palácio Alencastro, sede do poder executivo da capital mato-grossense, pelos próximos 4 anos.
Wilson Santos (PSDB), candidato apoiado pelo seu colega de partido, o governador Pedro Taques, soma 39,6% da preferência do eleitorado. Pinheiro somou 157.877 votos e Wilson 103.483 - diferença 54.394 sufrágios.
Votos brancos, nulos e abstenções somaram 153.738.
Com 100% das urnas apuradas, a derrota do ex-prefeito extende-se a Taques, seu principal cabo eleitoral. O governador, que tem pretensões de projeção política nacional, não conseguiu eleger seu candidato dentro do seu Estado.
Biografia
Nascido em 12 de abril de 1965, o candidato do PMDB é filho de Maria Helena de Freitas Pinheiro e Emanuel Pinheiro da Silva Primo, ex-deputado estadual e federal, assassinado em 1974.
Emanuel Pinheiro ingressa em fevereiro de 1983 na Faculdade de Direito do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Em 1988 é eleito vereador em Cuiabá aos 23 anos. Já em 1994, consegue seu primeiro mandato como deputado estadual.
No ano 2000, a primeira grande derrota: mesmo tendo sido vereador por dois mandatos, além de ter ocupado uma vaga na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), Pinheiro não consegue se eleger prefeito de Cuiabá.
Em 2005, a convite do então prefeito Wilson Santos, assume a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos (SMTU). Um ano antes, em 2004, Emanuel conduziu o partido que ocupava na época, o PDT, a apoiar a candidatura de Wilson.
Em 2010, Emanuel ocupa novamente uma cadeira na AL-MT, cargo do qual seria reeleito em 2014. O candidato do PMDB é casado e tem dois filhos.
Segundo turno tenso
O segundo turno das eleições em Cuiabá foi marcado por polêmicas judiciais envolvendo as famílias de ambos candidatos. No último dia 19, um áudio divulgado por Pinheiro mostrava o irmão de Wilson Santos, Elias Pereira dos Santos, convocando uma reunião com os servidores comissionados ameaçando que quem não comparecesse "seria exonerado". Elias era presidente da Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat).
O exonerado, porém, foi o próprio Elias, que após a divulgação do áudio, foi demitido no mesmo dia do comando da empresa pública por Taques.
Já na última segunda-feira (24), Wilson convocou a imprensa para informar que realizaria uma denúncia naquele mesmo dia sobre um suposto recebimento de propina de R$ 4 milhões de Emanuel Pinheiro. De acordo com o candidato do PSDB, Pinheiro teria recebido o dinheiro por meio de familiares para "facilitar" a concessão de incentivos fiscais da empresa Caramuru.
Para tanto, Wilson também se utilizou de um áudio gravado da cunhada de Emanuel Pinheiro, Bárbara Pinheiro, onde ela teria admitido o esquema. A justiça eleitoral, porém, não engoliu a denúncia, considerando que houve "trucagem" no áudio, isto é, uma adulteração deliberada do material. O candidato do PSDB foi proibido de utilizar a peça em sua propaganda eleitoral.
Já na reta final da campanha, Wilson e Pinheiro se viram as voltas com denúncias de compra de votos. Porém, a que acusava o candidato do PSDB era mais séria: Policiais Federais infiltrados apuraram que o grupo de Wilson estava angariando votos em troca de "dinheiro, churrasco e cerveja".
O Ministério Público Eleitoral pediu a cassação da candidatura de Wilson e seu vice, Leonardo de Oliveira.
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