Da Redação
Única News
Servidores estaduais retornaram às atividades presenciais nesta segunda-feira (03). Na última sexta-feira (30), o governador Mauro Mendes assinou Decreto nº 917/2021 determinando o fim do revezamento e retorno da jornada de trabalho presencial aos servidores do Poder Executivo. A decisão foi embasada após redução da taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19. No entanto a medida não agradou o deputado estadual e médico sanitarista Lúdio Cabral (PT).
Lúdio confirmou que vai apresentar, na próxima sessão, um projeto de decreto legislativo para sustar os efeitos do decreto determinando a volta de todos os servidores estaduais ao trabalho presencial. Lúdio observou que essa medida aumenta a circulação de pessoas e gera aglomeração em ambientes fechados, facilitando a transmissão da covid-19.
“Com a pandemia no patamar que está, com média de 1.486 casos novos por dia, 49 óbitos e 86% de ocupação dos leitos de UTI, a retomada de 100% das atividades presenciais dos servidores públicos vai aumentar a circulação de pessoas e facilitar uma nova aceleração na transmissão do vírus", diz.
O parlamentar destacou que os ambientes onde os servidores trabalham são, na maioria das vezes, propícios ao contágio. "São ambientes fechados, onde não é possível manter o distanciamento de 2 metros, são mal ventilados, não há fornecimento de máscaras adequadas pelo governo e muitas unidades não têm sequer papel higiênico no banheiro, água, sabão e álcool em gel”, observou.
Lúdio destacou ainda que o governador baixou o decreto de retorno das atividades presenciais ao final do mês em que Mato Grosso bateu o recorde de mortes por covid-19, com 2.103 óbitos. Mesmo com o início da descida da curva epidêmica, a situação em Mato Grosso ainda é muito grave e a taxa de incidência de casos novos ainda está em um patamar muito alto, em função da circulação da variante amazônica do coronavírus, mais transmissível e capaz de produzir quadros mais grave.
“Esse decreto demonstra, mais uma vez, o caráter negacionista do governo. Mato Grosso teve recorde de mortes por covid-19 em abril, e o governador decreta o retorno de todos os servidores estaduais ao trabalho presencial. Não é hora de retomar as atividades presenciais com 100% dos servidores. Fico me perguntando se o governador quer ultrapassar Rondônia e Amazonas em mortalidade”, analisou Lúdio.
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