Da Redação
(Foto: Gcom-MT)

Em reunião, neste final de semana, do Conselho de Deliberativo Metropolitano da Região do Vale do Rio Cuiabá (Codem), o secretário adjunto de Obras do Veículo Leve Sobre Trilhos de Mato Grosso, José Piccolli Neto, revelou que o governo do Estado estuda estabelecer uma parceria público-privada, para conclusão das obras e operação do VLT, entre Cuiabá e Várzea Grande.
Ainda de acordo com Piccolli, a iniciativa colocaria fim ao impasse entre governo e Ministérios Públicos Estadual e Federal, que se posicionaram conntra a retomada do modal, pelos empreiteiros que compõem o Consórcio.
E, sobretudo, após a deflagração da operação 'Descarrilho', que investiga fraudes nas licitações das obras do modal, ligando ao esquema, as empresas ligadas ao Consórcio VLT que, em princípio, o Estado queria manter. Mas, descartando a hipótese, após a operação. As obras do VLT foram iniciadas em 2012 e ainda estão sem conclusão.
Piccolli também revelou que o problema do VLT vai além da finalização das obras. “Faltou pensar em todo o processo de operação. Não existe oficina para a assistência técnica e manutenção dos equipamentos, nem pessoas treinadas para operar esse sistema, que pode chegar em torno de 600 funcionários. Até agora só se falou nas obras, mas depois de prontas é preciso fazer o VLT funcionar”, explicou.
De acordo com levantamento da Secretaria de Estado das Cidades (Secid), ainda precisam ser desembolsados cerca de R$ 600 milhões para a conclusão das obras, R$ 300 milhões em pagamentos pendentes por conta de variações cambiais (a compra dos equipamentos foi feita em euros) e, ainda, R$ 45 milhões para a construção de uma oficina mecânica.
“Por todas essas questões, somadas ao fato recente (operação da Polícia Federal para investigar fraudes) acreditamos que a parceria com o setor privado é a solução mais viável para resolver esse impasse”, defendeu o secretário.
A presidente da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá (AGEM), Tânia Matos, questionou se o governo estabeleceu um novo prazo para essa decisão, já que o acordo com o Consórcio VLT para a retomada das obras, que deveria ter sido posto em ação neste mês, foi suspenso depois da operação policial.
O secretário adjunto disse que essa decisão pode ser tomada a qualquer momento e que as conversas com possíveis interessados do setor privado já começaram. “Ainda assim, é preciso montar um edital, com todas as garantias legais, o que pode demorar, com esforço, uns seis meses”, ponderou.
Durante a reunião com os membros do Codem, Piccolli respondeu a outros questionamentos sobre adequação do projeto, desapropriações, impacto na malha viária.
Para o arquiteto e urbanista José Antônio Lemos dos Santos, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (CAU/MT), presente na reunião, é fundamental pensar como esse modal será integrado com o sistema viário para evitar complicações na vida das pessoas, incluindo o transporte público, pois várias linhas de ônibus deixarão de existir.
“O VLT não é apenas uma obra. É um projeto urbanístico complexo e de grande porte. Por isso, esperamos que esse sistema seja concluído o mais rápido e da melhor maneira possível, afinal, quem está pagando a conta toda é o povo”, reforçou o conselheiro.
Sobre o impacto no transporte público, o secretário adjunto do VLT considera, indispensável, incluir, nas negociações, as empresas de ônibus que detém a concessão desse serviço, pois a instalação do modal afetará o atendimento de 115 mil usuários, diariamente, apenas nos trechos que serão suplantados pelo VLT.
Outra cobrança dos membros do Codem foi o diálogo mais constante sobre o VLT, que não ocorreu na gestão passada. Para isso, Piccolli sugeriu a criação de um comitê de acompanhamento, ondem seriam feitas atualizações e discussões constantes sobre o modal. (Com informações da Secid)
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