Luana Valentim
(Foto: Pedro França/Agência Senado)

O senador José Medeiros (Podemos), em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, nesta quinta-feira (13), declarou que não quis fazer um ‘caça às bruxas’ quanto aos R$ 80 milhões que a bancada liberou para o novo Pronto Socorro, mas acabou sendo repassado ao Estado para quitar as dívidas com a Saúde, decidindo ir atrás de um novo recurso.
Lembrando que o presidente da República, Michel Temer (MDB), virá a Cuiabá, no dia 28, para inaugurar o novo Pronto Socorro, porém ainda não irá funcionar. Os recursos - ao todo R$ 100 milhões - para este final das obras e para equipar a nova unidade de saúde foi realizada com as intermediações do senador Wellington Fagundes (PR) e do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), por meio do no programa ‘Chave de Ouro’, do Governo Federal.
No ano passado, a bancada federal liberou a verba de R$ 80 milhões para o Pronto Socorro. No entanto, foi autorizado pelo próprio prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), em reunião que o governador Pedro Taques (PSDB) estava igualmente presente, em reunião em Brasília, que fosse feito o repasse desse valor ao Estado para quitar as dívidas com a saúde. Na promessa de que esse valor retornaria para o caixa da Prefeitura de Cuiabá ainda este ano.
E como previsto na época do encontro, no início deste ano, quando Pinheiro e alguns parlamentares revelaram que havia um temor de que Taques não tivesse dinheiro em caixa, ao final, o chefe do Executivo estadual acabou não cumprindo com o acordo.
Medeiros disse que diante da falta de caixa do governo, a bancada teve que ir atrás deste dinheiro, para não prejudicar a população.
“O recurso foi resultado de uma força imensa realizado pelo ministro Blairo Maggi, junto com o senador Wellington Fagundes. Como neste ínterim, Temer queria fazer um fechamento de governo com o programa Chave de Ouro, Cuiabá acabou sendo privilegiado. Lógico que se o Estado puder repassar isso para a saúde de Cuiabá, vai contemplar a bancada pelo que fez e vai ajudar muito, mas de qualquer forma a gente já procurou outro caminho para que não ficasse dependendo dessa verba”, explicou.
O senador pontuou que o repasse feito, na época para a prefeitura, eram de emendas individuais dos parlamentares, que condensou tudo e passou para Cuiabá. Mas enquanto não saía a obra, resolveu-se deixar que o Estado usasse deste valor para depois voltar esse dinheiro para o município, o que até agora não foi feito por Taques.
Quanto ao fato de ter sido atacado por diversas vezes por ter votado a favor do aumento de 16% no salário dos ministros do STF, Medeiros destacou que sendo base desse governo que está iniciando tem que ‘proteger esse bebê que está nascendo’, explicando que havia um plano político do Partido dos Trabalhadores de jogar essa votação para março de 2019, pois então esse desgaste cairia no colo do presidente eleito, Jair Bolsonaro. “Tanto que não teve nenhum arranhão para o Temer”.
“Outro ponto é na matemática, porque nós temos um auxílio-moradia que não cobre encargos, então o juiz que recebe essa recomposição de perda salarial, ele hoje, quando tira o auxílio-moradia passa a ganhar menos do que estava ganhando. Então quem passou a ficar com raiva da gente também foi o Judiciário, pois eles estavam ganhando menos”, disparou.
Medeiros relatou que com a decisão, acabou desagradando o Judiciário e o novo governo. Ainda frisou que esse reajuste já era para ser aprovado há dois anos e ele foi um dos responsáveis para mandar para a Comissão, sendo adiada por dois anos.
Então, levando em consideração que de qualquer forma teria que ser aprovado e que estava programada para ser analisado em 2019, ele fez uma equação política e matemática. Então, do ponto de vista pragmático, Medeiros considera que a sua escolha foi racional.
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