23 de Abril de 2025
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POLÍTICA Terça-feira, 06 de Dezembro de 2016, 13:42 - A | A

06 de Dezembro de 2016, 13h:42 - A | A

POLÍTICA / Obra de bilhões

VLT segue sem data de conclusão, mas Wilson promete retomar obras

Da Redação com UOL



(Foto:Luiz Alves)

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Após dois anos e quatro meses da realização no Brasil da Copa do Mundo, em 2014, as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá - a segunda obra de mobilidade urbana mais cara dentre todas programadas para estarem prontas no Mundial da Fifa - seguem ainda sem previsão de data para sua conclusão ou retomada. Até agora, apenas 33% dos trabalhos foram realizados.

 

A cumprir as promessas, Wilson Santos - que assumiu a Secretaria de Estado de Cidades (Secid) -, deverá buscar alternativas que além de exequíveis, sejam rápidas, assim em caráter emergencial, para que as obras do VLT sejam retomadas. Entretanto, o secretário-parlamentar já avisa com antecedência que não tem a pretensão de entregar a obra concluída, e sim apenas retomar a construção, já que deixará o cargo em 2018 para tentar reeleger-se deputado estadual pelo PSDB. 

 

Mas operacional e sem reservas quanto a informar sua missão como secretário de Estado, Santos assumiu a pasta no governo de Taques, correndo contra o tempo e já mostrou serviço. Ele assinou na última sexta-feira (02), o termo que garante a retomada das obras de reforma do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, na  Região Metropolitana de Cuiabá. O termo foi publicado na edição de sexta-feira (02) do Diário Oficial do Estado. E estabelece um aditivo de prazo de sete meses (221 dias) para execução do contrato (065/2012), que estava suspenso desde o dia 26 de outubro para adequação de cronograma. A publicação tem data retroativa ao dia 30 de novembro. A obra completa do aeroporto está orçada em R$ 83,9 milhões e até o momento já foram executados 76,86% dos serviços.

 

Se o mesmo ocorrer ao VLT, o projeto que já custou R$ 1 bilhão aos cofres públicos do Mato Grosso, pode andar, mesmo precisando minimamente de mais R$ 600 milhões. Com um orçamento inicial de R$ 700 milhões, quando a obra do VLT foi iniciada, ela já tinha um custo previsto de R$ 1,4 bilhão. E segundo matéria do UOL, quando o modal estiver pronto, sua operação ainda gerará cerca de R$ 40 milhões por ano de prejuízo aos cofres públicos. A conta é sobre valores de 2015 e pode crescer.

 

Até agora, o Veículo Leve sobre Trilhos que já custou R$ 1 bilhão aos cofres públicos do Mato Grosso, ganhou recentemente a promessa do novo secretário que retomará as negociações, para tentar um acordo com o consórcio responsável pela obra. Ainda que o consórcio tenha dito que precisa de mais R$ 1,2 bilhão para terminar o serviço e não os R$ 600 milhões que o governo do Estado vem informando. 

 

Um imbróglio que já levou o governo do Estado a recorrer por algumas vezes à Justiça por discordar do montante exigido pelas empresas que fazem parte do consórcio. 

 

"O Consórcio fala que precisa de mais R$ 1,2 bilhão para finalizar as obras, mas precisamos encontrar um denominador comum nisto", afirmou Santos em uma coletiva de imprensa dada ainda no dia 1º de dezembro. Lembrando ainda que o governador Pedro Taques teria voltado atrás na disposição de romper o contrato.

 

O secretário anunciou também a contratação de José Picolli Neto, que trabalhou na implantação do VLT no Rio de Janeiro e tem experiência para contribuir com a construção e o modelo de operação do novo modal. Segundo a Secid, o objetivo é conseguir um acordo com o consórcio até o dia 20. Os trabalhos do veículo leve sobre trilhos mato-grossense estão parados desde o final de 2014. A obra é um projeto do governo anterior, de Silval Barbosa, do PMDB.

 

Enquanto o cenário não muda as 40 composições, compradas com antecedência pelo governo do MT logo no início das obras a um custo de quase R$ 500 milhões, continuam paradas ao relento em um pátio do consórcio responsável pela obra. As composições nunca rodaram e começaram a apresentar sinais de deterioração. Na semana passada, uma decisão da Justiça transferiu para o governo estadual a obrigação de fazer a manutenção nos carros enquanto eles não são utilizados.

 

A primeira composição chegou a Cuiabá no final de 2013, e o restante do lote em 2014. Devido ao longo tempo sem uso e mau acondicionamento, os vagões sofreram avarias. Os equipamentos vieram da Espanha e foram transportados do Porto de Santos (no litoral sul de SP) até Cuiabá de trem.

 

No primeiro semestre deste ano, conclusões preliminares da consultoria contratada pelo governo do MT apontava que oito composições do VLT, com sete vagões cada, foram compradas sem necessidade pelo ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa, que atualmente se encontra na cadeia, preso na esteira de uma investigação da Polícia Federal sobre fraudes em seu governo. No total, o equipamento custou R$ 120 milhões aos cofres públicos. O governo do MT ainda não informou se pretende vender as composições.

 

No final de novembro, quatro caminhões utilizados nas obras foram roubados do local. Cerca de 20 homens armados invadiram o pátio, renderam os vigias e levaram os veículos. A polícia recuperou dois caminhões e prendido dois suspeitos. 

 

No final de outubro, uma CPI aberta na Assembleia Legislativa do Mato Grosso pediu o indiciamento do ex-governador do Estado, Silval Barbosa, do ex-secretário da Copa no MT, Maurício Guimarães e do ex-deputado José Riva.

 

Além disso, o relatório pede a devolução de R$ 541 milhões aos cofres públicos. Também tiveram o indiciamento pedido no relatório o ex-secretário da Secopa, Eder Moraes, e os ex-diretores da Agecopa, Yuri Bastos Jorge, Yenes Magalhães e Carlos Brito; além de outros 96 agentes públicos, 16 empresas e sete consórcios.

 

Destes 541 milhões, R$ 315 milhões teriam sido desviados da obra do VLT de Cuiabá. No caso do VLT, foram constatadas diversas irregularidades e suspeitas de desvio desde o início do projeto afirma o relatório da CPI. 

 

Na matéria publicada pelo UOL, há uma informação que desde agosto de 2012, o vencedor da licitação do VLT na capital do Mato Grosso era conhecido um mês antes da conclusão do certame. No final de 2013, o UOL revelou também que interceptações telefônicas feitas Polícia Federal apontavam que o cartel de empresas do Metrô e trens de São Paulo também atuou no VLT de Cuiabá. 

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