Por Suelen Alencar / Única News

As investigações diante do maior desmatamento da Amazônia, do caso Rio Voadores, no qual descobriu que os alertas de fiscalização eram passados pelo ex-diretor do Ibama de Sinop, desencadeou outras apurações. O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para analisar as transações comerciais entre integrantes da família Junqueira Vilela e três grandes grupos empresariais: o grupo JBS, o maior processador de carne bovina do mundo, à Amaggi Exportação e Importação, uma das maiores companhias de compra e venda de grãos do país, e aos dirigentes do grupo Bom Futuro, outro líder no agronegócio, Elusmar Maggi Scheffer e Eraí Maggi Scheffer.
No caso de Rio voadores outros crimes serão investigados, ao todo o MPF informou que são 24 acusados, as ações tratam de crimes de submissão de trabalhadores a condições semelhantes às de escravos, frustração de direitos trabalhistas, falsidade ideológica, invasão e desmate ilegal de terras públicas, provocação de incêndios, impedimento da regeneração de florestas, corrupção ativa e passiva, sonegação de documentos, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro, além de improbidade administrativa e responsabilização por danos ambientais.
Os acusados estão sujeitos a penas de até 238 anos de prisão, multas, pagamento de R$ 503 milhões em prejuízos ambientais, recuperação da área ilegalmente desmatada, demolição de edificações construídas em áreas irregulares, e proibição, por até dez anos, de acessar linhas de financiamento ou benefícios fiscais oferecidos pelo poder público.
Além da atuação perante a Justiça Federal, as investigações do caso Rios Voadores motivaram o MPF a expedir duas recomendações. Uma foi enviada à Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), para que a autarquia disponibilize ao Ibama acesso a todas as informações necessárias à fiscalização ambiental.
A outra teve como destinatário o Ibama, e indicou a necessidade de a autarquia abrir processo administrativo para investigar a regularidade ambiental de edificações nas áreas ilegalmente desmatadas pela organização criminosa.
Tentativa de homicídio
Os trabalhos de investigação do caso Rios Voadores também resultaram em provas que permitiram a reabertura de inquérito sobre a tentativa de homicídio da trabalhadora rural sem-terra Dezuíta Assis Ribeiro Chagas, crime ocorrido em 2015 no acampamento 1º de Maio, na cidade de Euclides da Cunha Paulista, no interior de São Paulo, na região conhecida como Pontal do Paranapanema.
As provas coletadas pelo MPF e utilizadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo na denúncia ajuizada por tentativa de homicídio apontam AJ Vilela como líder de um grupo responsável pela prática desse crime.
Veja nota das empresas:
Nota Amaggi
A respeito das investigações da operação Rios Voadores, do Ministério Público Federal no Pará, a AMAGGI tem a informar que:
a) Recebeu ofício do Ministério Público Federal do Pará solicitando esclarecimentos sobre algumas transações comerciais e tempestivamente respondeu tal ofício prestando todas as informações solicitadas e apresentando toda a documentação comprobatória de seus esclarecimentos;
b) A AMAGGI, por meio de seus representantes, ratificou os esclarecimentos prestados por escrito e se colocou à disposição para todo e qualquer outro esclarecimento que se fizer necessário, a fim de reforçar os compromissos e a responsabilidade socioambiental da companhia;
c) A AMAGGI e seus acionistas não são alvos das investigações e não figuram como réus em qualquer uma das ações judiciais que estão sendo movidas pelo Ministério Público Federal.
Nota JBS
A JBS esclarece que a compra de gado pela Companhia obedece a um sistema de monitoramento que visa garantir, em todo o Brasil, altos níveis de eficiência em relação aos critérios de compra sustentável. A mais recente auditoria realizada por órgão independente apurou 99,9% de conformidade nas aquisições realizadas pela Empresa. No que for necessário, a Companhia permanece colaborando com as autoridades.
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