Ana Adélia Jácomo
Karine Campos
Única News
A educação na capital mato-grossense enfrenta um cenário de dupla crise: a infraestrutura escolar em colapso, com 12 unidades condenadas à demolição, e um grave déficit na alfabetização infantil, que impede milhares de crianças de ler mesmo após anos de ensino. O secretário municipal de Educação, Amauri Monge, revelou esses dados alarmantes nesta quarta-feira (9) e detalhou os planos emergenciais para reverter a situação.
A situação das escolas municipais de Cuiabá é crítica. Amauri Monge não mediu palavras ao descrever o estado das unidades, que em sua maioria se encontram em condições precárias. "Das 172 escolas, 12 não há condições nem de fazer manutenção. Vamos ter que demolir e fazer novas", declarou o secretário, evidenciando a urgência da situação. As 160 restantes, segundo ele, estão em "UTI", necessitando de intervenções imediatas.
Para sanar parte desses problemas, a Secretaria de Educação anunciou um investimento de aproximadamente R$ 50 milhões até o final do ano. Os recursos serão direcionados para obras emergenciais de recuperação, incluindo a organização de telhados, a instalação de sistemas de climatização e a pintura interna e externa.
Reformas de maior complexidade estão previstas para o próximo ano. "O momento agora é de dar a ambiência mínima necessária para uma educação de qualidade", frisou Monge.
A entrevista ocorreu durante apresentação do balanço de seis meses de gestão e o fim do decreto de calamidade financeira, no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Crianças chegam ao 3º ano sem serem alfabetizadas
O problema da infraestrutura soma-se a uma deficiência pedagógica ainda mais preocupante: a incapacidade de leitura de milhares de crianças que avançam no ensino fundamental. "Crianças que no terceiro ano hoje ainda não sabem ler, erraram na alfabetização dessas crianças", lamentou o secretário. Essa falha fundamental compromete o desenvolvimento educacional dos alunos e exige uma intervenção imediata.
Para combater essa deficiência, a SME está implementando um plano pedagógico robusto, com foco na recuperação da aprendizagem. A meta é ambiciosa: tirar Cuiabá da estagnação nos índices educacionais e melhorar seu desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
Atualmente, a capital ocupa a 57ª posição entre os municípios de Mato Grosso e a 12ª entre as capitais brasileiras. A gestão busca elevar Cuiabá para, no mínimo, a oitava posição entre as capitais e figurar entre os 10 primeiros municípios do estado.
Alimentação para professores e outras estratégias
Além de combater as crises de infraestrutura e alfabetização, a gestão de Amauri Monge também aposta em outras frentes. Entre as novidades, estão a implementação de uma nova educação infantil, a oferta de alimentação para todos os profissionais da educação nas escolas e a criação de um sistema de bonificação por resultado para os professores.
A valorização dos profissionais inclui ainda processos seletivos para cargos de gestão e para professores alfabetizadores, além do repasse integral do INPC em julho.
O secretário também assegurou que a antiga crise da merenda escolar foi superada, garantindo que a alimentação está disponível para todos os alunos e, agora, também para os profissionais.
A recente parceria com o Governo do Estado é vista como um fator crucial para a oxigenação da educação municipal, permitindo o recebimento de benefícios e a utilização de estruturas como a da escola Nilo Povas, que era estadual e foi transferida para o município.
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