Cuiabá, 15 de Maio de 2024

SAÚDE E BEM ESTAR Domingo, 29 de Maio de 2022, 09:05 - A | A

29 de Maio de 2022, 09h:05 - A | A

SAÚDE E BEM ESTAR / KARIN KRAUSE

Alopecia: entenda mais sobre condição que também pode afetar as mulheres

Dermatologista Karin Krause fala sobre a doença que ficou mais conhecida após episódio no Oscar do BBB

Aline Almeida  - Revista Única



A premiação do Oscar em 2022, sem dúvidas, se tornou memorável. O evento que ocorreu em março ficou, para muitos, marcado como o episódio em que o ator Will Smith levanta e dá um tapa no rosto do humorista Chris Rock. Isso por conta de uma piada que Chris fez com a esposa de Will, Jada Pinkett-Smith. Jada tem uma doença autoimune, a alopecia. Muito além do episódio, o evento traz a reflexão da importância do respeito ao outro.

A dermatologista Karin Krause Boneti explica sobre a alopecia e a importância de conhecer a doença. Alopecia é um termo médico utilizado para descrever a queda de cabelo. Existem diversas causas de alopecia, dentre elas, as mais comuns está a alopecia androgenética, também conhecida como calvície. Segundo a dermatologista, pode acometer tanto homens quanto mulheres, mas se manifesta de forma diferente. “No homem pode acometer todo o topo do cabelo e na mulher, normalmente, ocorre uma rarefação do topo do cabelo, ficando aparente o fundo do couro cabeludo”.

Esse tipo de alopecia acontece em decorrência de uma predisposição genética, em que o que determina o grau da calvície é a quantidade de receptor no fio do cabelo para um hormônio precursor do hormônio masculino, que é o DHT, dihidrotestosterona. “Quanto mais receptor de testosterona a pessoa tiver no fio do cabelo, maior vai ser a manifestação da calvície, da alopecia androgenética”, ressalta a especialista.

Karin destaca que a alopecia androgenética é diferente no homem e na mulher. “A mulher não fica sem cabelo, mas é um processo de rarefação, onde a gente consegue visualizar o fundo do cabelo. No homem já tem uma perda progressiva e começa com as entradas, depois ele tem a perda do vértix, que é aquele na região occipital, e depois emenda e as entradas convertem-se. Por fim, ele perde todo o cabelo no topo da cabeça”.

Para o tratamento da alopecia androgênica, são feitas medicações orais diárias para bloqueio dos receptores capilares do hormônio DHT, como a finasterida e a dutasterida. No consultório são feitas injeções direto no couro cabeludo com essas medicações e também pode ser feito o tratamento com MMP - microperfusão medicamentosa percutânea. “Consiste em um aparelho que promove o microagulhamento do couro cabeludo e já injeta simultaneamente a medicação, direto no sítio de ação. É o que chamamos de drug delivery”.

Karin Krause frisa que outra novidade no tratamento da alopecia androgênica é uso do PRP - plasma rico em plaquetas. Consiste em retirar o sangue do paciente, centrifugá-lo em uma máquina que separa o plasma das hemácias e, posteriormente, injeta-se esse plasma em todo o couro cabeludo. “O plasma é rico em fatores de crescimento capilar e vascular, melhorando o aporte sanguíneo do couro cabeludo e estimulando o crescimento capilar.”

Nos casos mais exuberantes de alopecia androgenética, pode-se recorrer ao transplante capilar. Onde são retirados os fios da região occipital (nuca) do paciente e transplantado para o topo da cabeça. Isso só é possível, pois o cabelo da região da nuca não apresenta os receptores hormonais, assim, não sofrem o processo de transformação desse pelo para lanugem.

Outro tipo de alopecia ficou bastante comentada por conta do evento de episódio do Oscar é a alopecia areata. Karin explica que se trata de um tipo de calvície em decorrência de uma alteração imunológica. “Não se sabe por que existe uma predisposição genética, mas tem que ter um gatilho, que normalmente é o estresse emocional, um período de pós-cirúrgico, por exemplo. Isso acontece levando a uma disfunção na regulação do sistema imunológico, que acaba por atacar o fio do cabelo”. 

Manifesta-se clinicamente por perdas súbitas do cabelo, abrindo áreas arredondadas de clareiras, sem pelo. “Podendo acometer todo o couro cabeludo, chamada alopecia areata totalis ou todo o pelo do corpo, como sobrancelha e cílios, chamada de alopecia areata universal.”

O tratamento da alopecia areata, segundo a dermatologista, é através de injeções nas placas de alopecia, com medicações à base de corticoterapia l, visando diminuir a ação imunológica local. “Caso o paciente seja refratário ao tratamento com corticoterapia, pode-se ainda fazer um tratamento à base de imunoterapia.”

Karin diz que é importante saber que, quanto mais precoce for instituído o tratamento nas alopecias, maiores são as chances de repelar. Como toda doença autoimune, a alopecia areata não tem cura, mas tem controle e é possível recuperar a área de pelo perdida.

Existem outros tipos de doenças autoimunes que podem cursar com áreas de alopecia, como lúpus eritematoso e líquen plano pilar. O diagnóstico das alopecias é clínico, auxiliado pela tricoscopia do couro cabeludo. “Em alguns casos, faz-se necessária a biópsia de couro cabeludo”, complementa a dermatologista.

Este tipo de alopecia é muito comum nas mulheres. As alopecias podem ser diagnosticadas por um exame chamado tricoscopia do couro cabeludo. É utilizado um aparelho que aumenta de 10 até 100 vezes a imagem do fundo do couro cabeludo, onde consegue ter características.

No caso de Alopecia areata, que é uma doença autoimune, é feito inicialmente ações de injeções de corticoterapia para diminuir a imunidade local. Em alguns casos em que são refratários e não responsivos ao tratamento com a corticoterapia, pode ser instituído também um outro tratamento chamado de imunoterapia. “Consiste em estimular um quadro de dermatite de contato com aplicações de substâncias irritantes para ‘enganar’ o sistema imunológico e o sistema imunológico ataca a pele e não o fio. Assim, o cabelo volta a crescer”.

O tratamento de plasma rico em plaqueta e a microperfusão medicamentosa percutânea também são técnicas utilizadas.

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Vivendo o drama na pele

 

Após a polêmica do Oscar, a deputada estadual Janaina Riva (MDB), que também é portadora de alopecia, usou as redes sociais para criticar a postura do ator Chris Rock ao fazer a brincadeira sobre a condição da atriz Jada Pinkett-Smith.

A parlamentar pediu mais responsabilidade das pessoas e contou que ela mesma já passou por situações de constrangimento, quando teve que explicar sobre as falhas no cabelo.

“Eu vi a reação da Jada Smith quando o Chris Rock fez aquela piadinha extremamente sem graça, que todos fazem. Eu já passei por isso várias vezes, de falar sobre falha no cabelo, de ouvir ‘nossa, você está ficando careca’, como se fosse uma opção nossa. E eu vi também a reação do seu marido, Will Smith”.

Janaina classificou como “exagerada” a reação de Smith e enfatizou que nada justifica violência. “Mas a gente tem que aprender a tomar mais cuidado com o que sai da nossa boca, principalmente os humoristas, que adoram ficar fazendo piadas sem graça sobre a aparência dos outros”, continuou.

Janaina ressaltou que, principalmente em relação às mulheres, a condição que afeta o couro cabeludo, provocando a calvície, pode provocar desconforto, sendo que as brincadeiras em torno do assunto também podem gerar mágoas e até “reações inesperadas”, no caso, como foi a de Will, que testemunha diariamente a agonia da mulher.

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Ciclo de vida dos fios de cabelo

 

O ciclo de vida de cada fio de cabelo é marcado por três fases: crescimento, repouso e queda. Cerca de 90% dos cabelos estão na fase de crescimento. Depois de um curto período de repouso, quando para de crescer, o fio cai e, no seu lugar, um novo fio entra na fase de crescimento.

Por isso, uma pessoa pode perder de 50 a 100 fios de cabelo todos os dias, sem risco de desenvolver calvície, devido a esse processo de renovação contínua. A duração média de um fio de cabelo, do nascimento até a queda, é de um ano e meio a dois anos.

Recomendações:

Não use produtos “milagrosos”, nem medicamentos por conta própria – pode haver efeitos adversos sérios. Procure um dermatologista ao notar que:

– os cabelos estão caindo mais depressa e em maior quantidade nos últimos meses, ou caem em tufos;
– o couro cabeludo está vermelho, coça muito ou arde;
– a oleosidade está muito acima do normal;
– os sinais de caspa aparecem nas roupas e nos fios.

IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.

 

ACESSE: FRÉMISSANT

Clínica de Dermatologia, Rua Baurus. Lt 06, Qd 03,  Condomínio Alphaville, Jd.Itália.  Cuiabá – MT

 

(Foto: Arquivo Pessoal)

 Karin Krause Boneti

 Drª Karin Krause Boneti

Diretora Médica

CRM: 5360.

RQE: 2760

(65) 3653-3361 / 

(65) 3653-6320

 

 

 

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