Por Mariza Tavares, Rio de Janeiro
e acordo com pesquisadivulgada semana passada na publicação “Circulation”, da American Heart Association, a performance masculina na cama pode ser um bom indicador da saúde das artérias e do coração. Estudos anteriores já sugeriam a relação entre a disfunção erétil, que atinge 12 milhões de norte-americanos, e o risco cardiovascular. Desta vez, quase 2 mil homens, com idades entre 60 e 78 anos e sem histórico de doença coronariana ou acidente vascular cerebral, foram acompanhados durante quatro anos. Desses, 46% haviam relatado problemas de ereção e o que se constatou é que o grupo com disfunção erétil experimentou o dobro de infartos e derrames em relação ao que não tinha essa queixa.
O médico Michael J. Blaha, um dos autores da pesquisa, afirmou à publicação que esses homens devem se submeter o quanto antes a uma avaliação cardiovascular: “é uma ótima oportunidade para identificar riscos que ainda não haviam sido detectados”. O grupo será acompanhado pelos próximos dez anos e a expectativa dos pesquisadores é descobrir se será possível realizar algum tipo de intervenção precoce. Há fatores de risco que são comuns à disfunção erétil e à doença cardiovascular, como obesidade, tabagismo e síndrome metabólica – que se caracteriza por um conjunto de condições que aumentam as chances de doença cardíaca: gordura abdominal, nível elevado de açúcar no sangue, taxas anormais de colesterol, além de hipertensão.
No XXI Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, a geriatra Aline Saraiva da Silva Correia, médica do hospital universitário da UFRJ e recentemente eleita vice-presidente da SBGG-RJ para o biênio 2018-2020, ressaltou a importância de o sexo ser um tema presente nas consultas: “é fundamental usar uma linguagem acessível, formular questões diretas e ouvir o paciente. Se o médico traz o assunto para dentro do consultório, ele se torna algo natural. Infelizmente, a formação do profissional de saúde ainda é falha nesse aspecto”. A longevidade trouxe desafios adicionais, porque um número cada vez maior de idosos continua a fazer sexo e sem proteção. “O homem mais velho vem de uma geração sem costume de usar preservativo. Como normalmente tem problemas em manter a ereção, descarta sua utilização. A falta de diálogo e de campanhas sobre doenças sexualmente transmissíveis dificulta a prevenção e, inclusive, o diagnóstico. Não basta perguntar se o idoso é casado ou viúvo, como se o estado civil determinasse sua atividade sexual. É preciso ir além para saber se tem alguém com quem mantenha relações sexuais, ou se as relações são com uma pessoa do mesmo sexo”, afirmou a geriatra.
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