Do G1 Rio
(Foto: Fernanda Rouvenat/G1)

Gilmar Mendes esteve no cartório eleitoral na Baixada Fluminense nesta sexta
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (26) ser favorável às investigações da Lava Jato. Na terça (23), ele havia criticado os investigadores da operação, e recomendado que eles calçassem "as sandálias da humildade", o que gerou reações de entidades de juízes e do Ministério Público.
"Nós estamos vivendo um momento muito importante, inclusive, houve equívocos nas informações. Eu não sou contrário à Lava Jato, pelo contrário, eu tenho defendido o desenvolvimento dessas investigações e acho que elas contribuíram decisivamente para a mudança do Brasil", afirmou Mendes nesta sexta, em visita ao Rio de Janeiro.
O ministro, entretanto, voltou a exigir cautela dos investigadores.
"Mas eu tenho dito também que nós devemos observar os parâmetros legais. Não se combate crime cometendo crime", disse, repetindo uma fase usada na terça-feira. "A gente tem que evitar abusos, tem que evitar excessos, tem que evitar qualquer tipo de constrangimento ilegal. Foi só isso que eu disse", declarou.
Mentes havia criticado a Lava Jato após uma reportagem da revista "Veja" apontar uma suposta citação ao ministro Dias Toffoli, também do STF, pelo presidente da OAS, Léo Pinheiro, nas negociações de uma eventual delação premiada com o Ministério Público.
Segundo a reportagem, o empreiteiro teria enviado técnicos para verificar um problema e depois indicado uma empresa para reparar o dano. À revista, o ministro afirmou que pagou pelo conserto e não tem relação de intimidade com Pinheiro. A reportagem também mostrou mensagens de celular entre executivos da OAS com menções a Toffoli.
Na terça, Mendes criticou o vazamento da informação e disse que se tratava de um caso típico de abuso de autoridade. O ministro afirmou que os procuradores não podiam se achar o "ó do borogodó" por receberem atenção da imprensa. "Calcem as sandálias da humildade", recomendou na ocasião.
As declarações causaram reação das entidades representantes de juízes e membros do Ministério Púbico. Em nota, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) disse “repudiar” que autoridades se aproveitem de um momento “tão fundamental para a democracia para buscar espaço midiático, desrespeitando as instituições”.
Em outra nota, divulgada por seis entidades, entre elas a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) e o Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), as associações disseram apoiar o “excepcional esforço” do procurador-geral, Rodrigo Janot, e da Força-Tarefa da Lava Jato no combate à corrupção.
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