G1
A morte de João Alberto Silveira Freitas em uma unidade do supermercado Carrefour, em Porto Alegre, gerou protestos pelo quarto dia seguido. No fim da tarde desta segunda-feira (23), manifestantes se reuniram em frente à unidade do bairro Partenon — 7km distante daquela em que aconteceu o crime — e saíram em passeata pela Avenida Bento Gonçalves.
De acordo com o Carrefour, a loja foi fechada às 16h por orientação da Brigada Militar. Uma hora depois, as pessoas começaram a se concentrar no local. A maioria carregava cartazes e faixas com pedidos por justiça.
Bradando cânticos contra o racismo, elas saíram por volta das 19h e caminharam pelo meio da rua. O trânsito ficou interrompido parcialmente.
Depois, por volta das 20h, alguns manifestantes depredaram as grades do supermercado e colocaram fogo em galhos arrancados de uma árvore no meio da avenida. Eles atiraram pedras e rojões em direção à polícia.
O Batalhão de Choque da Brigada Militar reprimiu as ações com tiros de balas de borracha. O conflito durou cerca de 20 minutos e logo depois foi dispersado. Não há registro de feridos.
Em nota, a empresa enfatizou que considera as manifestações "totalmente legítimas" e afirmou que está "à disposição para criar um debate com a sociedade, buscando soluções para que casos como este não voltem a acontecer". Leia a nota na íntegra mais abaixo.
"Estamos aprendendo muito e estamos certos de que este momento de profundo pesar se converterá em ações concretas que impedirão que tragédias como essa se repitam", disse, em nota, a direção do supermercado.
Leia a nota do Carrefour:
Estamos consternados com o que aconteceu em Porto Alegre e sabemos que nada que fizermos trará a vida de João Alberto de volta. Entramos em contato com a família de João Alberto e nos colocamos à disposição para dar todo o suporte e auxílio neste momento tão difícil. Além das medidas necessárias para que os responsáveis sejam punidos, o Carrefour adotou as seguintes ações:
- Doação dos resultados das vendas do dia 20 de novembro de todas as lojas hipermercado do país para instituições que atuam para combater o racismo no Brasil;
- Treinamento das equipes de lojas nos dias 21 e 22 de novembro para reforçar os nossos compromissos com a diversidade e contra a intolerância e violência;
- Definição de um comitê independente de diversidade, composto por colaboradores e especialistas externos em inclusão racial que terá o compromisso de criar ações em curto prazo para atuar na revisão de processos do Carrefour e no combate ao racismo estrutural no Brasil. Acreditamos que, com isso, poderemos evoluir e contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva e tolerante.
A respeito das manifestações que acontecem em diversas lojas pelo país, entendemos que são totalmente legítimas e estamos à disposição para criar um debate com a sociedade, buscando soluções para que casos como este não voltem a acontecer.
Estamos aprendendo muito e estamos certos de que este momento de profundo pesar se converterá em ações concretas que impedirão que tragédias como essa se repitam.
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