Cuiabá, 08 de Maio de 2024

ARTIGOS/UNICANEWS Sexta-feira, 08 de Março de 2019, 13:39 - A | A

08 de Março de 2019, 13h:39 - A | A

ARTIGOS/UNICANEWS / LUCY MACEDO

Dia Internacional da mulher, comemorar o que?



 

Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Os artigos e as matérias realizando levantamentos sobre sua história política ou no mercado prometem superlotar os veículos de comunicação nesta sexta-feira (08) e durante todo este mês de março. Mas que pena, não serão somente informações apontando a trajetória de mulheres que marcaram seu tempo.

Muitas destas matérias que vão circular nos sites, em particular, no Site Única News, ou que deverão chegar em seu mailing, vão desnudar a triste realidade em que grande parte das mulheres continua inserida:a violência.

Assim, ao invés de realizarmos uma comemoração - merecida, diga-se de passagem -, sobre suas lutas e vitórias, teremos um amontoado de boletins de ocorrências, revelando espacamentos, estupros e assassinatos contra ela.

Assim, o 8 de março continua sendo ano a ano uma data que voltamos a nos mobilizar para reafirmar nossa luta em favor dos nossos direitos, já inclusos na Constituição, e desrespeitados diariamente. Ou seja, para confessarmos sobre nosso imenso cansaço das discriminações de que ainda somos vítimas, além das e violências morais, físicas e sexuais que ainda sofremos.

Pesquisa encomendada pelo Instituto Datafolha, junto ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que mais de 16 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência ao longo de 2018.

Ao esmiuçarmos os dados, observamos estarrecidas 536 mulheres são agredidas fisicamente a cada hora no Brasil, com socos, empurrões ou chutes. No caso dos espancamentos o número também é estarrecedor: 177 mulheres são vítimas desse tipo de agressão a cada hora no país. Os resultados obtidos foram muito semelhantes ao de outro levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança, realizado em 2017.

Das mulheres ouvidas pelo instituto de pesquisa, 27,35% relataram ter sofrido algum tipo de violência ou agressão em 2018, o equivalente a 16 milhões de brasileiras, de acordo com estimativas mais tímidas.

 

As entrevistadas também citaram casos de insulto, humilhação e ofensas pessoais, com 21,84%, ameaça de apanhar, empurrar ou chutar, 9,53%, e amedrontamento ou perseguição, com 9,08%.

A grande maioria das mulheres, 76,4%, apontou que os casos de violência foram cometidos por conhecidos, entre eles cônjuge ou ainda ex-companheiro ou ex-namorado.

Em Mato Grosso, a realidade longe está de ser diferente. Segundos os dados divulgados no Mapa da Violência contra a mulher de 2018, organizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, da Câmara dos Deputado, o Estado registrou 3,4 mil casos de estupro durante o ano de 2018. Sem contabilizar as agressões e humilhações impostas à ela.

Ainda mostrando que o estado ocupa o 2º lugar em número de crimes, ficando atrás apenas de São Paulo, com 5,2 mil casos. Igualmente nos casos de feminicídio, Mato Grosso que registrou 590 ocorrências, figura como o segundo no pódio e novamente São Paulo lidera o ranking, com 3 mil casos.

O relatório também aponta que 15,9 mil mulheres foram assassinadas em situação de violência doméstica. E foram identificados o total de 68,8 mil casos de violência contra a mulher no Brasil, que foram divididos em cinco categorias: importunação sexual, violência online, estupro, feminicídio e violência doméstica.

Assim, hoje, como mulher, como mãe e empresária acredito - com uma tristeza profunda -, que temos pouco a comemorar. Vou colocar meu vinho de volta na adega, pois tudo que observo são estudos sérios, mas que não conseguem se transformar, na prática, em ferramentas úteis, capazes de reduzir estes lamentáveis números.

 

Mostrando que a questão da mulher, sua emancipação e a luta pelos seus direitos até agora só conseguiram desnudar uma realidade cruel, que pode ser vista cotidianamente no número de notícias que circulam nos meios de comunicação, sobre as formas mais variadas de agressões de que ainda somos vítimas.

 

LUCY MACEDO

Lucy Macedo é empresária, diretora do Site Única News e Revista Única

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