Aline Almeida
Única News
Em 5 anos Mato Grosso registrou 748 internações de mulheres vítimas de violência. O custo destas internações girou em R$ 1,2 milhão para saúde pública. Os dados fazem parte do estudo “Violência contra Mulheres” da Secretaria de Estado de Saúde (SES). O levantamento mostra ainda que mais da metade dos agressores são companheiros e que 70% dos casos acompanhados ocorreram dentro das próprias casas.
Coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública, Rosana Leite destaca que esses dados mostram que a violência doméstica e familiar praticada contra as mulheres atinge a toda a sociedade indistintamente. “Existe um gasto com a violência, fazendo com que ocorra repercussão na economia do país. Fica evidente a diminuição do PIB e o absenteísmo”, diz.
Rosana Leite pondera que é muito grave saber que as mulheres são agredidas, na maioria das vezes, por seus companheiros. Cita como exemplo a pesquisa do Fórum Nacional de Segurança Pública, realizado entre os anos de 2015 a 2019. Segundo a defensora, o estudo demonstrou que a maioria das ocorrências de violência doméstica e familiar contra as mulheres acontece aos domingos (22%), sendo os casos registrados em grande parte no período noturno, sem distinção de dias da semana.
“A mulher está extremamente vulnerável dentro de suas casas. A democracia não está sendo uma realidade no país, onde um não é igual a um, pois as mulheres estão sendo agredidas dentro de casa por seus companheiros. Estudos como esse mostram o quanto ainda precisamos destacar a violência contra as mulheres diuturnamnte, com a finalidade de que a prevenção seja uma realidade”, complementa.
O estudo aponta que as internações por violência em 5 anos chegaram a 748 internações, uma média de taxa de internação de 1,3 por 10.000 habitantes. A Região da Baixada Cuiabana foi que apresentou a o maior custo com as internações quase 600 mil reais no período, que representou aproximadamente 50,0% do total gasto pelo Estado. Foram 365 óbitos no período em estudo, registrando uma média do coeficiente de mortalidade de 6,4 por 100.000 habitantes.
ESTUDO
Segundo a SES o estudo visa levar ao conhecimento dos profissionais de saúde e gestores, informações e subsídios que contribuam para o monitoramento e vigilância, a fim de combater a violência contra as mulheres no Estado de Mato Grosso. “A Violência contra mulher é considerada um problema de saúde pública e violação dos direitos humanos, o qual geram graves consequências no âmbito individual e social”, destaca trecho do estudo.
Segundo o levantamento, no Estado 42,0% das vítimas registrada tinham idade entre 20 a 29 anos de idade. Mais da metade (57,2%) das vítimas tem cor parda e 31,1% das vítimas não concluíram o ensino fundamental. Mais de 55,5% das vítimas sofreram violências Físicas e quase 45,0% das vítimas sofreram ato violento por meio da força corporal/espancamento.
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