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CIDADES Terça-feira, 20 de Fevereiro de 2018, 11:10 - A | A

20 de Fevereiro de 2018, 11h:10 - A | A

CIDADES / EM CUIABÁ

Macaco encontrado morto no Centro Político estava com febre amarela

Da Redação



(Foto: Reprodução)

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Um macaco encontrado morto na região do Centro Político Administrativo, em Cuiabá, em novembro do último ano, estava contaminado com febre amarela. O Ministério da Saúde divulgou, na última semana, um relatório que aponta a morte do animal.

 

Conforme o órgão, de julho de 2017 a janeiro de 2018, foram 21 casos de epizootias (epidemia semelhante a seres humanos que ocorre em uma população animal) notificados.  Destes, sete foram descartadas, 11 indeterminadas e dois entraram em investigação.

 

Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em 2017 outros dois exames de macacos foram positivos para a doença, um próximo ao Cinturão Verde e outro no Sucuri. De março a dezembro de 2017 foram recolhidos 35 macacos e, neste ano, o número já chega a 12.

 

“Importante ressaltar que o animal é recolhido na condição de suspeito, ou seja, a confirmação da doença é por diagnóstico laboratorial”, explica Moema Blatt, gestora do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS).

 

A SMS alerta que mesmo com a confirmação, não há motivo para a população entrar em pânico, pois o trabalho de prevenção já vem sendo realizado desde março do ano passado. De acordo com a SMS, para evitar a doença, além de vacinar, é importante o uso permanente de repelente para evitar ser alvo do mosquito. A rede municipal oferece imunização gratuita em postos de saúde.

 

A SES ainda disse que Mato Grosso é considerado pela Organização Mundial de Saúde e pelo Ministério da Saúde área estratégica de controle vetorial e tem vacina suficiente para imunizar a população. A média de cobertura vacinal registrada pela Ses é de 75%. Os municípios estão abastecidos com a vacina, conforme informação da coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental.

 

“Em 2017 outros dois macacos foram positivos para a doença, um próximo ao Cinturão Verde e outro no Sucuri. De março a dezembro de 2017 foram removidos 35 macacos e, neste ano, são 12. Importante ressaltar que o animal é recolhido na condição de suspeito, ou seja, a confirmação da doença é por diagnóstico laboratorial”, explica Moema Blatt, gestora do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS).

 

Macacos não transmite febre amarela

 

O macaco não transmite o vírus da febre amarela. Pelo contrário. São tão vítimas quanto os humanos. E ainda cumprem uma função importante: ao contraírem o vírus, transmitido em ambientes silvestres por mosquitos do gênero Hemagogo, eles servem de alerta para o surgimento da doença no local. Desse modo, contribuem para que as autoridades sanitárias tomem logo medidas para proteger moradores ou pessoas de passagem na região.

 

As informações são do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão do Ministério do Meio Ambiente. A direção do CPB está preocupada com frequentes registros de agressão e até mortes de macacos por pessoas que temem ser contaminadas pelos animais nas localidades onde ocorre atualmente surto da doença no país.

 

"Há o receio de que os macacos possam transmitir diretamente a doença aos humanos, mas esse receio é infundado. Isso não ocorre. Em vez de agredidos ou mortos, os macacos devem ser protegidos para que cumpram a sua função de sentinela, de alertar para possíveis ocorrências de surtos da febre amarela", diz o chefe do CPB, Leandro Jerusalinsky.

 

Já o Ibama faz questão de destacar que, além de prejudicar as ações de prevenção da doença, agredir ou matar macacos é crime ambiental, previsto na Lei 9.605/98. Entre outras coisas, a lei estabelece prisão de seis meses a um ano e multa para quem matar, perseguir ou caçar espécimes da fauna silvestre, em desacordo ou sem a devida licença da autoridade competente. A pena é aumentada em 50% quando o crime é praticado contra espécies ameaçadas de extinção.

 

O surto de febre amarela representa uma grave ameaça para os macacos que habitam a Mata Atlântica. Parte significativa dos primatas do bioma está ameaçada de extinção, entre eles, o bugio, o macaco-prego-de-crista e o muriqui do sul e do norte.

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