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GERAL Domingo, 14 de Fevereiro de 2021, 08:35 - A | A

14 de Fevereiro de 2021, 08h:35 - A | A

GERAL / ATOLEIROS E INDIGNAÇÃO

Escoamento da safra 2021 fica comprometido por logística precária na MT-322

Única News
Da Redação



Não é de hoje que a região conhecida como Norte Araguaia Xingu sofre com a falta de logística. A MT-322 – antiga BR 080 – é um dos exemplos dessa realidade. A estrada foi inaugurada no início da década de 1960, mas – na opinião de quem depende dela – foi praticamente abandonada anos mais tarde.

Fernando Tulha Filho, presidente do Sindicato Rural de São José do Xingu, conta que “no início, a BR-080 era um verdadeiro tapete e serviu de grande suporte para a pecuária de corte que se instalava na região ‘dos Baianos’, de São José do Xingu, distrito de Santa Cruz do Xingu. Mas por vários anos, convivemos com uma triste realidade que é a falta de conservação dessa rodovia. Há mais de 40 anos que se arrasta essa precária condição que o governo nos apresenta. São atoleiros e mais atoleiros, décadas após décadas, tem atoleiro que está no mesmo lugar há mais de 40 anos e nenhuma atitude é tomada. Parece que de nada adiantou a cobrança do Fethab nesses quase 21 anos. Temos diante de nós uma realidade triste e vergonhosa”, desabafa.

Na hora do escoamento dos grãos esta precariedade tem um impacto ainda maior. É que a agricultura ganhou força na região: já são mais de 300 mil hectares cultivados com soja, além do milho segunda safra. Com o avanço da produção, a movimentação na estrada aumentou, assim como os problemas.

“Nós estamos em plena colheita da safra de soja aqui no Norte Araguaia Xingu. É uma nova safra, mas com o mesmo problema de outras safras: a precariedade das estradas estaduais. Nós pagamos Fethab e arcamos com prejuízo. Não temos o retorno necessário na logística, na infraestrutura, na manutenção das estradas da região. Sobra nesse governo taxação, impostos e descaso com o produtor rural. E falta compromisso e respeito para com a classe da região”, reclama Alessandro Pires, presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre do Norte.

Os produtores reclamam. Querem ver o dinheiro pago ao Fundo Estadual de Transporte e Habitação – o Fethab – revertido em melhorias na MT-322. “Ano a ano, sai governo, entra governo, pagamos Fethab e toda vez, na hora de escoar aquilo que foi plantado, aquilo que foi trabalhado, as carretas são atoladas, são tombadas por conta da falta de estrutura que tem na MT-322. Isso é um descaso com a nossa região”, comenta o presidente do Sindicato Rural de Vila Rica, Anísio Vilela Junqueira Neto (o Netão).

Dono de uma fazenda próximo ao “posto do Arnon”, na MT-322, o produtor Carlos Augusto Porfírio reforça a crítica às condições da estrada. “Nossa indignação é o quanto essa estrada está esquecida. Há muito tempo ela está ficando pior a cada ano, e nada é feito! Tem que fazer levantamento, cascalhamento, reparo em pontes… e nós não estamos vendo isso do governo estadual. Nossa região está sofrendo com o aumento do Fethab e não estamos vendo os benefícios disso. Nossa indignação é imensa e nossos prejuízos também com a calamidade que é essa rodovia”, fala.

Para Tulha, de São José do Xingu, existem duas ‘alternativas’ para solucionar os problemas da MT-322: “ou o governo de estado assume o comprometimento de fazer a manutenção necessária para dar o escoamento de produção, para dar condição de chegarem os insumos sem os atoleiros que ano a ano se repetem, ou essa estrada volta a ser Federal. E aí nós vamos buscar recursos para conservação dela, para pavimentação asfáltica. Nós vamos buscar esses recursos no Governo Federal”, conclui.

O que diz o Governo Estadual?

Em nota, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) informou apenas que “as incessantes chuvas que atingiram a região de São José do Xingu prejudicaram a trafegabilidade pela rodovia não-pavimentada MT-322. No entanto, uma equipe de manutenção desta secretaria já está atuando na rodovia, a fim de melhorar a situação da malha e restabelecer o tráfego na região”.
Até a publicação desta reportagem, a Sinfra-MT não confirmou qual o volume de recursos do Fethab que aplicados na melhoria logística da região.

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