Ari Miranda
Única News
Em carta aberta publicada nesta semana, Wladymir Perri, juiz da 2ª Vara Criminal de Várzea Grande, disse que está sendo alvo de perseguições por promotores, imprensa e redes sociais, por conta de sua atuação no Judiciário.
No documento, Perri afirma que uma espécie de “campanha” vem sendo divulgada contra ele, iniciada, segundo o magistrado, com a prisão da cabelereira Sylvia Mirian Tolentino de Oliveira, que recebeu voz de prisão do juiz em 4 de outubro do ano passado, durante uma audiência de instrução sobre o assassinato do filho dela, morto a tiros em 2016.
Relembre: Mulher é presa após tentar atacar assassino do filho durante audiência em Cuiabá
Segundo o magistrado, após o episódio, várias narrativas foram criadas em cima do caso envolvendo a prisão de Sylvia, culpando ainda colegas do Judiciário de "omissão" sobre as supostas narrativas criadas pela imprensa.
“Infelizmente, o que jamais pensei acontecer e vivenciar comigo, está acontecendo. Não adianta fazer qualquer resposta, é mera forma, já estou condenado, e isso muito claro a mim com o relatório do corregedor de justiça, desembargador Juvenal Pereira da Silva, qual não quis se expor, seja por receio de ser vítima de uma narrativa de perseguição pela opinião pública, seja por qualquer outra razão, que tão só o corregedor poderá manifestar, pois, isto está guardado em seu subconsciente, ou então, aos seus auxiliares mais próximos”, destacou.
Perri comparou a perseguição que vem sofrendo com a perseguição do ditador alemão Adolf Hitler aos judeus, que resultou no genocídio de milhões, frisando ainda que a iniciativa é "uma tentativa clara de retirá-lo do campo da magistratura".
“Meu julgamento, guardando evidentemente as devidas proporções, está acontecendo com a narrativa do Arianismo, qual Hitler impôs uma guerra que matou 42 milhões de pessoas(..,), e é o que estão tentando fazer comigo, ou seja, ser varrido da magistratura, e é o único jeito de conseguirem, com narrativas e não com fatos verdadeiros”, garantiu.
“Tanto é que já fui prejulgado pelo corregedor do Conselho Nacional de Justiça, quando consignou como motivação para instaurar a reclamação disciplinar em meu desfavor as expressões ‘misógino’ e ‘truculento’, o que não é verdade, pois, tive a coragem de defender aquilo qual jurei, que é fazer a justiça”, enfatizou.
Wladymyr Perri ressalta ainda que, além da imprensa, vem sendo perseguido por membros do Judiciário local que, segundo ele, “se sentiram ofendidos” com suas decisões.
“A verdade é que contrariei com as minhas decisões as vaidades de alguns operadores do Direito, em que não estão preocupados de promover justiça, mas, sim, de se autopromoverem. Para tanto, basta verificaras tantas vezes que deram entrevista na mídia”, asseverou.
Por fim, o juiz afirma que não tem medo de seus “opressores” e reitera que construiu sua vida e carreira pautadas na verdade.
“Não temo a verdade, mas temo ser refém da narrativa. Por que? Porque construí minha vida na verdade e não em narrativas de psicopatas, pois se errei foi em busca da verdade, e, por sua vez, se acertei não foi porque tive a melhor narrativa”, pontuou.
(Foto: Reprodução/Montagem)

Cabeleireira foi presa durante audiência na 12ª Vara Criminal de Cuiabá.
PROCESSO NO CNJ
Devido a prisão da cabeleireira Sylvia Tolentino, Wladymir Perri responde a uma reclamação disciplinar na Corregedoria Nacional de Justiça, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por ter dado voz de prisão à mãe de uma vítima que se manifestou contra o acusado de assassinar seu filho no dia 4 de outubro do ano passado.
Na decisão, o corregedor de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, citou que não foram observadas as determinações do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, regulamentado pela Resolução CNJ n. 492/2023.
O corregedor alegou que Perri não teve zelo pela integridade psicológica da mulher, “que também é vítima, ao menos indireta, do crime, pois é mãe da pessoa falecida”.
© Gil Ferreira/Agência CNJ

ACÚMULO DE PROCESSOS
A Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) instaurou no dia 10 de abril deste ano uma reclamação disciplinar contra Wladymir Perri – à época juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá - em razão de suposta "conduta temerária" e recorrente na condução de processos sob sua responsabilidade.
A irregularidade foi constatada durante inspeção ordinária, realizada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), entre os dias 18 e 20 de março deste ano.
Em visita à unidade, a equipe de inspeção do CNJ diz ter averiguado diversas irregularidades, também constatadas na correição ordinária, realizada pela Corregedoria-Geral de Justiça local.
Conforme a Corregedoria Nacional, foram identificadas na 12ª Vara Criminal de Cuiabá inúmeras remarcações injustificadas de audiências, o que ocasionou a paralisação de vários processos.
Além disso, a inspeção constatou que o descontrole das audiências resultou na demora da conclusão de instruções das ações penais que tramitam na unidade e versam sobre crimes extremamente graves, inclusive dolosos contra a vida.
Conforme apuração da equipe da corregedoria nacional, um grande número de processos parados foram encontrados na Vara Criminal ora sob qa responsabilidade de Perri. Como exemplo, a CNJ citou que encontrou 161 processos concluídos e parados na unidade há mais de 100 dias, o que representa 31% do acervo ajustado da unidade, que era de 515 processos.
LEIA A CARTA NA ÍNTEGRA
“A tempo venho acompanhando essa narrativa, pois, não gosto de utilizar a expressão ‘campanha’, que vem sendo divulgado principalmente pelo 4º e 5º poder (redes sociais e imprensa), referente a este episódio especificamente qual envolveu a prisão da dona Silvia.
Pois bem.
O mundo atual age e julga de acordo com a narrativa. A verdade não é mais foco de atenção da sociedade, pois os fatos já não importam, por isso mesmo, até nesse exato instante, pouquíssimas vezes resolvi manifestar publicamente, já que os fatos não importam, mas a narrativa sim, já que esta tem se imposto aos fatos, e isto não é um fato isolado em uma comunidade, uma sociedade, país ou nação, mas abrange o mundo. E infelizmente, o que jamais pensei acontecer e vivenciar comigo, está acontecendo. Não adianta fazer qualquer resposta, é mera forma, já estou condenado, e isso muito claro a mim com o relatório do corregedor de justiça, desembargador Juvenal Pereira da Silva, qual não quis se expor, seja por receio de ser vítima de uma narrativa de perseguição pela opinião pública, seja por qualquer outra razão, que tão só o corregedor poderá manifestar, pois, isto está guardado em seu subconsciente, ou então, aos seus auxiliares mais próximos, mas, fato é que, no fatídico dia qual aconteceu a prisão da dona Silvia, por instigação, de imediato ao perceber que havia caído em uma armadilha, desloquei naquela final de tarde/noite de sexta-feira ao gabinete do citado corregedor, cujo me ouviu com paciência os fatos acontecidos e consignado em ata de audiência, diga-se, que até hoje não foi impugnado no processo. Portanto, meu julgamento, guardando evidentemente as devidas proporções, está acontecendo com a narrativa do Arianismo, qual Hitler impôs uma guerra que matou 42 milhões de pessoas. Com uma narrativa de combate ao neonazismo, Putin provocou uma guerra com a Ucrânia, que chacoalha o mundo e faz todos temerem serem varridos da face da Terra, num verdadeiro Armagedom, e é o que estão tentando fazer comigo, ou seja, ser varrido da magistratura, e é o único jeito de conseguirem, com narrativas e não com fatos verdadeiros, tanto é que já fui prejulgado pelo corregedor do Conselho Nacional de Justiça, quando consignou como motivação para instaurar a reclamação disciplinar em meu desfavor as expresões “Misógino” e“Truculento”, o que não é verdade, pois, tive a coragem de defender aquilo qual jurei, que é fazer a Justiça, diga-se, continuo tendo a mesma coragem de defender a verdade diante das narrativas bem produzidas num mundo virtual, onde pessoas protegidas por uma tela destilam veneno e condenam pela narrativa do ódio e não da verdade, cuja a verdade é que contrariei com as minhas decisões as vaidades de alguns operadores do direito, em que não estão preocupados de promover justiça, mas, sim, de se autopromoverem, para tanto, basta verificaras tantas vezes que deram entrevista na mídia, enfim! Encerro para dizer, como gostaria de ter um pequeno traço da capacidade de Santo Agostinho. De um São Tomás de Aquino e um pequeno sopro de conhecimento socrático, pois, neste instante, só queria apelar para a verdade definido por Aurélio ou Houaiss e por um minuto esquecessem da narrativa imperiosa das mídias sociais com seus likes ou dislikes, pois não temo a verdade, mas temo ser refém da narrativa. Por que? Porque construí minha vida na verdade e não em narrativas de psicopatas, pois se errei foi em busca da verdade, e, por sua vez, se acertei não foi porque tive a melhor narrativa. Encerro, pedindo desculpa pelo texto longo. Boa noite!
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