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JUDICIÁRIO Sexta-feira, 16 de Agosto de 2024, 18:03 - A | A

16 de Agosto de 2024, 18h:03 - A | A

JUDICIÁRIO / OPERAÇÃO RAGNATELA

Juiz nega soltar servidor público preso por lavar dinheiro do Comando Vermelho em MT

Suspeito foi preso durante a Operação Ragnatela, em junho deste ano.

Ari Miranda
Única News



Em decisão proferida nessa quinta-feira (15), o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou um pedido de habeas corpus ao promotor de eventos e ex-servidor da Câmara de Cuiabá, Elzyo Jardel Xavier Pires.

O ex-servidor público Jardel foi preso durante operação Ragnatela, deflagrada pela Força Integrada de Combata à Corrupção de Mato Grosso (Ficco-MT), em junho deste ano.

A ação investiga a suspeita de um esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa Comando Vermelho na capital por meio da compra de casas noturnas e realização de shows artísticos.

RELEMBRE:

- Polícia desarticula esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho em casas de shows de Cuiabá

- Vereador de Cuiabá está entre alvos de operação por lavagem de dinheiro do Comando Vermelho

- Investigações sobre lavagem de dinheiro começaram quando faccionados ameaçaram MC Daniel em Cuiabá

Na decisão, o juiz destacou que a prisão de Elzyo foi mantida quando do recebimento da denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) como um dos líderes do esquema.

O promotor de eventos é réu pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

“Diante disso, não trazendo a defesa novos elementos capazes de ensejar a alteração da situação fático processual do réu – mormente porque, apesar de alegar que os indícios existentes são frágeis, estes foram analisados e elencados na decisão anterior – assim como deixando de fundamentar a alegada identidade processual com a corré Kamilla Beretta Bertoni, mantenho a prisão preventiva de Elzyo Jardel pelos mesmos fundamentos expostos”, decidiu Jean Garcia.

A OPERAÇÃO

Equipes da FICCO identificaram que criminosos participavam da gestão de casas noturnas em Cuiabá. Com o uso da estrutura, o grupo passou a realizar shows de cantores nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promoters.

As investigações apuraram que os investigados repassavam ordens para a não contratação de artistas de unidades da Federação com influência de outras organizações criminosas, sob pena de represálias deliberadas pela facção criminosa.

A quadrilha contava com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, que agiam sem observância da legislação de posturas e recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.

Durante as apurações, identificou-se também esquema para a introdução de celulares dentro de presídios; bem como, a transferência de lideranças da facção para estabelecimentos de menor rigor penitenciário, a fim de facilitar a comunicação com o grupo investigado que se encontrava em liberdade.

 

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