09 de Julho de 2025
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POLÍCIA Quarta-feira, 09 de Julho de 2025, 17:01 - A | A

09 de Julho de 2025, 17h:01 - A | A

POLÍCIA / CASO THAYANE LEAL

Cirurgião que realizou lipo que matou nutricionista é indiciado por homicídio doloso

O inquérito policial foi concluído pela Polícia Civil nesta quarta-feria (09) e, durante as investigações, conduzidas pelo delegado Marcelo Carvalho, concluiu que houve negligência do médico

Única News
Da redação



O cirurgião plástico Rodrigo Bernardino, responsável pela lipoaspiração que resultou na morte da estudante de nutrição Thayane Oliveira Sousa Leal, em outubro do ano passado, foi indiciado por homicídio culposo — quando não há intenção de matar. O inquérito foi concluído pela Polícia Civil nesta quarta-feria (09) e, durante as investigações, conduzidas pelo delegado Marcelo Carvalho, concluiu-se que houve negligência do médico.

Thayane passou pelo procedimento de lipoaspiração no hospital estético em 23 de outubro de 2024. Após a cirurgia, ela passou mal e precisou ser transferida para a UTI do Hospital Santa Rosa, acompanhada de um cirurgião-assistente e um anestesista. Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu.

O laudo de necropsia preliminar realizado pela Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) constatou que Thayane sofreu uma embolia pulmonar seguida de hemorragia intensa, o que causou sua morte. A embolia pulmonar ocorre quando um coágulo de sangue ou outro material se desprende e bloqueia uma artéria do pulmão e geralmente pode ser causada por imobilidade prolongada, distúrbios de coagulação do sangue ou cirurgias extensas, como no caso da estudante que ficou por quase 6 horas na mesa de cirurgia.

Durante o processo investigativo foram ouvidos o marido da vítima, a funcionária da clínica que havia sido designada para ser acompanhante de Thayane, a médica que declarou a morte, a médica anestesiologista que participava da cirurgia, o anestesiologista que fez a consulta pré-cirúrgica, a enfermeira que passou a sonda na paciente e o médico-cirurgião responsável pelo procedimento.

Em depoimento, o marido de Thayane afirmou que a estudante fez vários exames previamente, que atestaram sua aptidão para a cirurgia. No dia do procedimento, o hospital informou que a cirurgia teria duração de 4 a 5 horas e que ele receberia ligações a cada 1h30 com notícias da esposa.

Ele recebeu a primeira ligação, com a informação de que a cirurgia estava correndo normalmente. Porém, depois não teve mais notícias. Preocupado com a ausência de comunicação, ele chegou a tentar contato com a recepção. Mas somente após algumas horas o médico responsável pela cirurgia foi até o quarto e o comunicou que a esposa havia sofrido uma parada cardiorrespiratória e a equipe estava tentando reanimá-la.

Pouco depois, foi informado que Thayane havia sido reanimada e seria transferida para outro hospital, com UTI. Durante o trajeto, ela sofreu a segunda parada cardiorrespiratória e, ao dar entrada no hospital, morreu. O marido contou, ainda, que após a morte o hospital devolveu o dinheiro que o casal havia pago pela cirurgia.

A funcionária do hospital que tinha sido designada como acompanhante de Thayane disse que acompanhou todo o procedimento, viu a parada cardiorrespiratória e que o cirurgião plástico e toda a equipe tentaram reanimar a vítima por cerca de 1 hora, conseguindo estabilizá-la.

A médica anestesiologista que participou da cirurgia disse que recebeu o prontuário de Thayane antes da cirurgia e todos os exames, e também a consulta pré-anestésica, estavam normais. A cirurgia corria sem intercorrências quando, já no final do procedimento, quando a paciente estava com o corpo virado para baixo, os sinais vitais de Thayane pararam de forma súbita. A equipe médica conseguiu estabilizá-la, chamar a ambulância e encaminhá-la para um hospital, onde ela acabou morrendo.

O médico anestesiologista responsável pela consulta pré-anestésica de Thayane também disse que todos os exames da estudante estavam normais e disse que, no dia da cirurgia, estava em outro procedimento e já havia ido embora, mas ficou sabendo da intercorrência e retornou para ajudar.

A enfermeira que passou a sonda em Thayane disse que a havia deixado na maca com respiração adequada, pressão arterial boa e tudo normal. Quando foi chamada novamente, a vítima já estava em parada cardiorrespiratória e a equipe tentava reanimá-la.

O cirurgião plástico responsável pela cirurgia disse que todo o procedimento cirúrgico ocorreu dentro da normalidade, que não houve nenhuma perfuração na paciente, ou qualquer erro de sua parte, ou da equipe. Porém, no final da cirurgia, de forma súbita, os sinais vitais da paciente ficaram instáveis, foi identificada uma queda de saturação e depois uma parada cardiorrespiratória.

Ele afirmou que as manobras de ressuscitação começaram imediatamente e, depois que a paciente foi estabilizada, foi realizada a transferência de ambulância para um hospital, onde ela ficou por algumas horas, e o óbito foi declarado. Ele também alegou que acompanhou a paciente todo o tempo, desde a transferência da clínica em que a cirurgia foi realizada, até a internação na segunda unidade médica e a declaração do óbito.

O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público Estadual (MPE).

 

 

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