29 de Maio de 2025
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POLÍCIA Segunda-feira, 26 de Maio de 2025, 14:50 - A | A

26 de Maio de 2025, 14h:50 - A | A

POLÍCIA / "ESCRITÓRIO DO CRIME"

Em denúncia à OAB, Nery chamou jornalista alvo da PJC de “blogueiro grampeador de telefones”

As investigações que apuram a morte de Ranato Nery levaram até Cláudio Natal. Ele foi alvo de mandado de busca e apreensão e, durante o cumprimento da medida, a Polícia Civil encontrou munições ilegais na casa dele e, por isso, foi preso em flagrante

Christinny dos Santos
Única News



Em representação feita à Ordem dos Advogados do Brasil — Seccional Mato Grosso (OAB-MT) dezoito dias antes de ser executado, o advogado e ex-presidente da entidade, Renato Gomes Nery, descreveu o jornalista Cláudio Natal, alvo de operação da Polícia Civil na manhã desta segunda-feira (26), como “blogueiro grampeador de telefones”. O jurista chegou a reunir argumentos, demonstrando que o comunicador fazia parte de um suposto “escritório do crime”.

Renato Gomes Nery foi baleado na manhã do dia 05 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, na Av. Fenando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Pelo menos um, de sete disparos, atingiu a cabeça do advogado, que chegou a ser socorrido e passar por cirurgia, mas morreu no dia seguinte ao atentado.

Acompanhe o caso aqui

As investigações que apuram a morte de Ranato Nery levaram até Cláudio Natal, que se diz, além de comunicador, "perito judicial”. Ele foi alvo de mandado de busca e apreensão e, durante o cumprimento da medida, a Polícia Civil encontrou munições ilegais na casa dele e, por isso, foi preso em flagrante. Havia munições de calibre 12, calibre 38 e .40.

No documento oficiado à OAB, Nery acusou o também advogado Antônio João de Carvalho Junior de usar de meios antiéticos e fraudulentos para tentar anular ação de reintegração de posse em uma disputa de terras de uma área de 12.413 hectares no leste do Estado, que já dura mais 40 anos. O ex-presidente da entidade buscava a instauração de processo administrativo disciplinar contra o colega que, segundo consta na representação, comandava o "escritório do crime" e, por meio de "falcatruas", se apropriou e negociou uma área de 2.579 hectares, que Renato havia recebido como honorários advocatícios ao atuar no caso.

Para tanto, Antônio João coordenava um grupo de indivíduos no exercício da “advocacia chicaneira dentro o fora do poder judiciário”, segundo consta na peça assinada por Nery. Entre eles está Cláudio Natal, o blogueiro e grampeador de telefones. Conforme o documento, o jornalista publicava no veículo em que atuava "falácias caluniosas" contra Renato que, de certa forma, o desfavoreciam e o beneficiavam o escritório supostamente criminoso de seu colega.

“O blogueiro (estelionatário) Claudio Natal sempre se encarregando de noticiar, nas suas maledicentes linhas, inúmeras inverdades sobre a conduta social do advogado Renato (Representante). Por meio deste expediente ele lhe imputa ignominiosos qualificativos (canalha, usurpador de direitos etc.)”, diz trecho do documento.

As investigações apontaram Claudio Natal está envolvido na alteração de documentos e no assessoramento a escritórios de advocacia de Antônio João.

Mandantes

Foram apontados como mandantes do crime o casal Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos, empresários de Primavera do Leste. Os dois seriam parte envolvida em disputa de uma terra de 12.413 hectares no leste do estado, na qual Nery advogou e teria recebido uma área de 2.579 hectares como pagamento de seus honorários.

Nery advogou no caso em 1988 e, desde então, lutava para obter a parte da terra a que tinha direito.

Militares envolvidos

Durante as investigações, sete policias foram presos por envolvimento no crime. Dois deles são Heron e Jackson, vizinho do casal que encomendou a morte do advogado. O terceiro é o soldado Ícaro Nathan Santos Ferreira, integrante da equipe de Inteligência do Batalhão da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), que foi preso na mesma fase da operação Office Crime que teve como alvo também o cabo PM de Primavera do Leste.

Os outros quatro estão ligados a Heron. São eles: o 3º Sargento Leandro Cardoso, o soldado Wekcerlley Benevides de Oliveira, o cabo Wailson Alessandro Medeiros Ramos e o sargento Jorge Rodrigo Martins.

Está preso também o caseiro de Heron, Alex Roberto de Queiroz Silva, autor do disparo de arma de fogo que atingiu e matou Renato Nery.

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