Aline Barbosa
(Foto: Divulgação)
O detento Luciano Mariano da Silva, conhecido como ‘Marreta’, líder de uma facção criminosa em Mato Grosso, que está preso na Penitenciário Central de Mato Grosso (PCE), foi destaque nacional, neste domingo (20), no programa Fantástico da Rede Globo. Ele foi descoberto na Operação ‘Ares Vermelho’, realizada nesse última quinta-feira (17) e que prendeu 37 ladrões que agiam na rua foram presos.
O foco da reportagem foi mostrar a audácia de Luciano em postar fotos no Facebook de dentro da PCE. Ele também tinha um grupo no aplicativo whatsapp, ‘Marreta Progresso 157’ onde combinava os crimes, como quais veículos deveriam roubar. Pelo menos 560 veículos foram roubados em Cuiabá e Várzea Grande, só em 2017. E geraram um em torno de R$ 1,2 milhão.
Também foram presos Robson José Ferreira de Araújo, “Carcaça” (que também usa nome de Marcelo Barbosa do Nascimento), Edmar Ormeneze, “Mazinho”, e Wagner da Silva Moura, “Belo”.
A quadrilha foi desarticulada através de um policial civil que disfarçado de bandido conseguiu ficar quatro meses infiltrado, registrando todos os crimes. O agente sabia de todos os roubos, mas o objetivo era identificar todos os integrantes da organização criminosa.
De acordo com a matéria, a facção chegou a ter 48 participantes em quatro estados, (RO), (PA), (MT), (MS). Na cadeia possuíam 15.
O delegado Marcelo Martins Torhacs, declarou que “conseguiu desarticular a ação e montar o' organograma do grupo', como as divisões, por exemplo, de tarefas'.
'Conseguimos saber quem eram os líderes, os gerentes, os contadores. Descobrimos que os carros roubados eram levados para a Bolívia e para o Paraguaia e depois trocados por drogas.
“Em um dos depoimentos veiculados no Fantástico, um dos criminosos - que manteve sua identidade preservada -, revela que quando levavam um 'caminhonete, por exemplo, para o Paraguai, a trocava por pelo menos mil quilos de maconha ('uma tonelada').
Os membros após verem um carro para ser roubado chegavam a fazer um vídeo e mandavam para o líder. ‘ Aí o meu carro. Nós estamos roubando mais que concessionária vende! Não tá tendo lugar pra guardar mano'.
Marreta possui uma condenação de 56 anos por tráfico de drogas e roubo. Ele também era dono de um mercadinho de dentro do presídio com R$ 6.000,00 reais de mercadoria, produtos que comprava dos próprios agentes penitenciários. Também criou uma poupança para os integrantes do crime.
“ Montamos uma caixinha aí! O que aquele criminoso ou criminosa sentir, entendeu? É um dinheirinho em prol de nós mesmo”.
Na reportagem também mostraram outras citações de mensagens que estava no aplicativo. “ Todas as colaborações serão aplicadas em armas, drogas e outros itens para o nosso desenvolvimento”, declarou Luciano.
A quadrilha teve a ideia de roubar uma ambulância e tinham até um plano para não chamar a atenção da Polícia Rodoviária Federal (PRF). 'Se nós roubarmos uma viatura do Samu, nós trazemos de três a quatro toneladas. Viatura do Samu, PRF nenhuma para'.
Uma mulher antes de ser presa deixou um recado para o grupo. “Manda me remover do grupo aí, cara. Que o trem está feio para o meu lado”.
Ainda de acordo com a matéria, a penitenciária não possui bloqueador de celular. A capacidade é para 800 presos, mas, atualmente está possui 2.061. Mas segundo a Secretaria de Estado de Segurança de Mato Grosso, o governo estaria investindo 2,5 milhões na compra de equipamento para bloqueio de celular dos presos.
Whatsapp do crime
Está viralizando nas redes sociais, mais particularmente no aplicativo WhatsApp uma suposta mensagem da organização Comando Vermelho que estaria proibido roubar em bairros periféricos desde residências até farmácias, mercados e postos de saúde.
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