Cuiabá, 05 de Maio de 2024

POLÍCIA Sexta-feira, 15 de Março de 2024, 13:31 - A | A

15 de Março de 2024, 13h:31 - A | A

POLÍCIA / NÃO SERÁ PRESA

Justiça manda esposa de fazendeiro apontado como mandante da morte de Zampieri usar tornozeleira

Mesmo foragida, juiz determinou revogação de preventiva da suspeita e determinou medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento de passaporte.

Ari Miranda
Única News



O juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO), do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), determinou na manhã desta sexta-feira (15) a conversão do pedido de prisão preventiva de Elenice Balarotti Laurindo para prisão domiciliar, mediante a aplicação de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica.

Elenice e seu esposo, o fazendeiro e médico veterinário Aníbal Laurindo, são apontados como os mandantes da morte do advogado Roberto Zampieri (56), executado em dezembro do ano passado, na porta de seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.

Segundo apurado pelo Única News, a defesa do casal alegou que a prisão temporária seria uma medida extrema e apelou por medidas alternativas "que atendam a finalidade do processo e a dignidade da pessoa humana".

Além disso, apontou que as provas apresentadas contra Elenice e Aníbal são frágeis e não são aptas a conduzir a autoria dos fatos investigados, destacando ainda que a idosa necessita de tratamento médico especializado.

Aníbal se apresentou na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, na manhã da última segunda-feira (11), porém foi solto apenas cinco horas depois, após decisão do próprio juiz João Bosco Soares.

As cautelares impostas a Elenice são as mesmas aplicadas ao esposo dela e incluem o uso da tornozeleira eletrônica, além da suspensão de passaporte, proibição de se comunicar com outros investigados e de se ausentar da cidade de Cuiabá sem autorização judicial.

Apesar da decisão judicial, conforme apurado pelo Única News, até o início da tarde desta sexta-feira (15), Elenice não havia se apresentado na DHPP de Cuiabá. A informação é do delegado de Polícia Civil, Nilson Farias, responsável pelas investigações.

De acordo com o delegado, a defesa de Elenice, que até o momento é considerada foragida da Justiça, afirmou que a suspeita deve se apresentar na próxima semana, quando será ouvida pela suposta ligação dela com o coronel do Exército Brasileiro, Etevaldo Caçadini Vargas (68), apontado como o financiador da morte de Zampieri.

Roberto Zampieri foi assassinado às 19h50 do dia 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, região nobre da capital. O jurista se preparava para ir embora para casa, quando foi executado com 10 tiros de pistola .380 dentro de sua picape, uma Fiat Toro, pelo pedreiro Antônio Gomes da Silva (56).

Estão presos o atirador, Antônio Gomes; o instrutor de tiro e intermediário do crime, Hedilerson Barbosa Fialho (56); e o financiador do crime, o coronel do Exécito Brasileiro, Etevaldo Caçadini Vargas.

TRANSFERÊNCIAS BANCÁRIAS

Conforme as investigações da DHPP, Elenice teria feito transferências bancárias ao coronel Etevaldo Caçadini Vargas dias antes do crime.

Segundo o delegado, as transferências realizadas pela suspeita para a conta do coronel e o fato dela estar desaparecida acabaram colocando-a no centro das investigações como a possível mandante do crime.

“Ela [Elenice] fez transferências bancárias ao coronel [Caçadini]. Então, quando ela faz essas transferências, acaba entrando também na investigação. Agora, a função da Polícia é descobrir até que profundidade cada um participou desse crime”, afirmou.

“Ainda não temos o valor total, porque não teve uma quebra de dados bancários. Porém, tivemos acesso a algumas transferências compatíveis com a data que os executores [Antônio e Hedilerson] vieram para cá”, completou o delegado.

LIGAÇÃO COM CORONEL

As investigações apontam que Elenice conheceu o coronel do Exército através de seu esposo que, junto com Caçadini, fazia parte de um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), intitulado "Frente Ampla Patriota".

“O coronel [Caçadini] representa a Frente Ampla Patriota. Pelo que a investigação demonstra, [o movimento] acabou criando uma proximidade entre o coronel e o Aníbal. Eles iam [juntos] pra frente de quartéis, pedindo uma ação mais enérgica do Exército em prol do conservadorismo”, contou o delegado à imprensa nesta semana.

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