Christinny dos Santos
Única News
A mãe da adolescente de 15 anos, que incentivou o namorado de 14 anos a matar os pais e o irmão de 3 anos, no Rio de Janeiro, para que ficassem juntos, não acreditou que a filha seria capaz de ter participado de um crime tão brutal. Logo que foi procurada pela Polícia Civil de Água Boa, a primeira reação dela foi dizer que a menina não tinha capacidade para tal brutalidade, afinal de contas, era "uma ótima filha", contou o delegado Matheus Soares.
“A gente fica muito compadecido com a situação da mãe, principalmente, porque desde o primeiro momento que nós a procuramos, a primeira afirmação que ela fez foi que a filha dela não teria capacidade de fazer isso, porque era uma ótima filha”, disse o delegado.
O triplo homicídio aconteceu em 21 de junho, após os pais do menor não deixarem que ele viajasse a Mato Grosso para conhecer a namorada. Irado, ele pegou a arma do pai e atirou contra as três vítimas, enquanto elas dormiam. Após as mortes, ele jogou os corpos dentro da cisterna da casa para ocultar os cadáveres. A avó do infrator registrou o desaparecimento da família, localizada quatro dias depois.
A menor foi identificada e ouvida pela Polícia Civil de Mato Grosso. Durante as investigações, as autoridades concluíram que a dupla planejou o crime.
Conforme o delegado, assim que foi comunicada sobre a possível participação da filha, a primeira reação da mãe foi duvidar da Polícia Civil.
“Comunicamos aos pais, eles vieram até a delegacia e, assim como você me perguntou, a sensação naquele momento, principalmente da mãe, ela não acreditou na polícia. Isso porque a mãe relatou que ela seria uma ótima filha, uma filha com ótimas notas na escola, uma menina até tímida, que não saía, que não tinha muitas relações. Então, naquele primeiro momento, foi uma sensação de desconfiança, mas com relação à polícia. Então, naquele momento eu percebi que aquela mãe não tinha nenhuma noção de quem realmente era a sua filha”, contou Matheus.
A mãe ficou ainda mais surpresa porque a filha não tinha celular há dois anos. Mas, ela usava um notebook que seria da família, onde a polícia encontrou as mensagens que ela troca com o menor carioca.
“Inclusive essa mãe relatou na delegacia que essa jovem, ela não tinha celular desde os 12 anos. Isso porque ela já tinha pegado uma mensagem dessa jovem com outro rapaz e tirou o celular, mas ela ainda tinha acesso a um notebook da família, que era por onde ela conversava com esse rapaz”, relatou o delegado.
Durante a análise dessas conversas, a Polícia Civil descobriu ainda que os dois planejavam matar também a mãe da menor, que muito provavelmente não aceitaria o relacionamento do casal de adolescentes. Na troca mensagens, a jovem fazia “brincadeiras”, falando sobre matar a própria mãe e empurrá-la da escada.
O namoro
Os dois menores namoravam pela internet há seis anos. Eles se conheceram jogando Fortnite, mas nunca havia se encontrado, pois ele morava em Itaperuna, no Rio de Janeiro, e ela no município de Água Boa, em Mato Grosso. Quando começaram a planejar o encontro o menor não obteve aprovação dos pais, então o casal passou a planejar a morte da família para o adolescente pudesse se mudar para o município mato-grossense onde trabalharia em um mercado para se sustentar.
Antes que o plano pudesse ser concretizado, porém, a polícia localizou os corpos da família do adolescente, dada como desaparecida pela avó paterna. Já apreendido pela suspeita de ter assassinado os pais e o irmão, o menor confessou o crime e alegou a adolescente teria dado um ultimato para que os dois se conhecessem pessoalmente.
Apreensão da menor mato-grossense
Identificada, a adolescente foi ouvida pela Polícia Civil de Mato Grosso e, em seu depoimento à polícia, ela confessou ter acompanhado em tempo real, através de mensagens e áudios. Depois dos assassinatos, a adolescente disse estar orgulhosa que o namorado tenha feito isso “só para ficar com ela”, chegando a brincar dizendo: “Nunca pensei que alguém faria isso por mim”. Eles também discutiram várias formas de se desfazer dos corpos. Por fim, o garoto jogou os corpos dos pais e do irmão em uma cisterna.
Após o crime, os dois continuaram trocando juras de amor e fazendo brincadeiras por mensagens.
A menor foi apreendida, acusada de ter incentivado o namorado, de 14 anos, a cometer os crimes, e será transferida para o Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino (Case Feminino), em Cuiabá — o antigo Pomeri.
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