04 de Julho de 2025
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POLÍCIA Quinta-feira, 03 de Julho de 2025, 16:56 - A | A

03 de Julho de 2025, 16h:56 - A | A

POLÍCIA / TRIPLO HOMICÍDIO NO RIO

Menor de MT sugeriu que namorado colocasse arma nas mãos do irmão de 3 anos para forjar digitais

O triplo homicídio aconteceu no último em 21 de junho, após os pais do menor não deixarem que viajasse para Mato Grosso para conhecer a namorada

Christinny dos Santos
Única News



A adolescente mato-grossense de 15 anos, que incentivou o namorado de 14 anos a matar os pais e o irmão, de apenas 3 anos, no Rio de Janeiro, orientou o assassino a colocar a arma do crime na mão da criança, para substituir as próprias digitais, numa tentativa de burlar as investigações. Seria mais uma “precaução”, já que ele decidiu usar uma fronha para segurar a arma.

O triplo homicídio aconteceu no dia 21 de junho, após os pais do menor não deixarem que ele viajasse para Mato Grosso para conhecer a namorada. Irado, ele pegou a arma do pai e atirou contra as três vítimas, enquanto dormiam. Após as mortes, ele jogou os corpos dentro da cisterna da casa para ocultar os cadáveres. A avó do infrator registrou o desaparecimento da família, localizada quatro dias depois.

A menor foi identificada e ouvida pela Polícia Civil de Mato Grosso. Durante as investigações, as autoridades concluíram que a dupla planejou o crime em detalhes e antecipadamente. Em depoimento, ela confessou ter acompanhado em tempo real, através de mensagens e áudios.

De acordo com o delegado Carlos Augusto Guimarães, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, durante a troca de mensagens, o menor contou para a namorada que, por conta própria, os pais tomaram remédio para dormir e estavam "até roncando", então não teriam chance de defesa. Em dado momento, ele diz que decidiu usar uma fronha, então recebe da namorada a orientação sobre as digitais.

“O adolescente diz ter envolvido a arma de fogo com uma fronha para não deixar as digitais. E a adolescente sugere colocar a arma na mão do irmão caçula para substituir as digitais do irmãozinho na arma”, revelou o delegado.

Quando os dois estão prontos, a adolescente começa uma contagem regressiva mandando mensagens seguidas uma da outra “10”, “9”, “8”..., até o adolescente disparar o tiro contra o pai e informar a namorada. Em seguida, o infrator matou a mãe e depois o irmão. Os dois adultos foram mortos com um tiro na cabeça e a criança foi baleada no pescoço. Logo que mata a família, o menor manda uma mensagem para a mato-grossense, que recomenda que ele use luvas.

“O adolescente diz não ter luvas e que iria improvisar. [Eles] falam também sobre a necessidade de limpeza no local e o sangue dos corpos, jogando-os na cisterna da própria casa. E isso tudo indica a intensa participação da adolescente sobre o crime”, conta o delegado, que relata que o menor jogou um produto de limpeza no chão e arrastou os corpos pela casa até a área de serviço, onde fica a cisterna em que foram encontrados.

O namoro

Os dois menores namoravam pela internet há seis anos. Eles se conheceram jogando Fortnite, mas nunca havia se encontrado, pois ele morava em Itaperuna, no Rio de Janeiro, e ela no município de Água Boa, em Mato Grosso. Quando começaram a planejar o encontro o menor não obteve aprovação dos pais, então o casal passou a planejar a morte da família para o adolescente pudesse se mudar para o município mato-grossense onde trabalharia em um mercado para se sustentar.

Antes que o plano pudesse ser concretizado, porém, a polícia localizou os corpos da família do adolescente, dada como desaparecida pela avó paterna. Já apreendido pela suspeita de ter assassinado os pais e o irmão, o menor confessou o crime e alegou a adolescente teria dado um ultimato para que os dois se conhecessem pessoalmente.

Apreensão da menor mato-grossense

Identificada, a adolescente foi ouvida pela Polícia Civil de Mato Grosso e, em seu depoimento à polícia, ela confessou ter acompanhado em tempo real, através de mensagens e áudios. Depois dos assassinatos, a adolescente disse estar orgulhosa que o namorado tenha feito isso “só para ficar com ela”, chegando a brincar dizendo: “Nunca pensei que alguém faria isso por mim”. Eles também discutiram várias formas de se desfazer dos corpos. Por fim, o garoto jogou os corpos dos pais e do irmão em uma cisterna.

Após o crime, os dois continuaram trocando juras de amor e fazendo brincadeiras por mensagens.

A menor foi apreendida, acusada de ter incentivado o namorado, de 14 anos, a cometer os crimes, e será transferida para o  Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino (Case Feminino), em Cuiabá — o antigo Pomeri.

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