Da Redação
(Foto: Reprodução)

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), ofereceu nesta segunda-feira (19), mais uma denúncia relacionada a Operação Rêmora. Desta vez, foram denunciados Alan Ayoub Malouf e Edézio Ferreira da Silva. Ambos vão responder pelos crimes de Organização Criminosa. O empresário Alan Ayoub Malouf foi denunciado também por corrupção passiva (19 vezes).
A denúncia refere-se a terceira fase da operação Rêmora, denominada “Grão Vizir”, que culminou na prisão do empresário Alan Malouf. Ela foi oferecida pelo Ministério Público Estadual que afirma que o grupo praticou crimes de organização criminosa e corrupção ativa. Alan Malouf está preso desde a última quarta-feira (14) e Edezio foi conduzido coercitivamente na quinta-feira (15) para prestar depoimento ao Gaeco.
As prisões foram pautadas em cima dos depoimentos do empresário Giovani Guizardi, alvo da 1ª fase da Rêmora e, sobretudo, como base na delação premiada realizada pelo empreiteiro, que foi solto recentemente após assinar a delação. E agora cumpre prisão domiciliar.
Em depoimento aos agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), o colaborador[Guizardi] revelou que o esquema tinha como objetivo principal “ressarcir” Malouf em R$ 10 milhões aplicados na campanha do governador Pedro Taques (PSDB) em 2014.
Ele foi qualificado como membro do núcleo de lideranças da organização criminosa e um dos principais beneficiários do esquema de propina. "Por integrar o núcleo de liderança da organização criminosa, também se beneficia diretamente da propina arrecadada por participar do rateio dela feito entre os integrantes do grupo delituoso, além de fazer as articulações necessárias para o desenvolvimento dos esquemas criminosos engenhados para cobrar e receber propina", diz trecho da ação.
O Gaeco atribui, inclusive, a Alan Malouf a inserção de Giovani Guizardi no esquema. Foi ele quem apresentou o dono da Construtora Dínamo ao então secretário de Educação, Permínio Pinto Filho. "Pessoa de sua confiança com quem guarda parentesco, na condição de operador de cobrança e recebimento de vantagens ilícitas relacionadas a obras públicas da SEDUC/MT, garantindo assim o pleno controle sobre as atividades ilícitas do grupo delituoso", complementa.
Já Edézio foi denunciado por atuar diretamente para a organização. Guizardi revelou que, entre outras coisas, ele acompanhava o pagamento às empresas que aceitavam participar do esquema para, posteriormente, ser feita a cobrança da propina. Além disso, era responsável por depositar dinheiro para alguns beneficiários do esquema.
Edézio Ferreira da Silva, de acordo com o MPE-MT, integrava a organização criminosa, mas sem ter o domínio funcional do fato. Apenas auxiliava nas atividades do grupo desempenhando atividades subalternas sob às ordens de Giovani Belato Guizardi", afirma a ação.
Prisão de Malouf
O empresário Alan Ayub Malouf foi preso por agentes do Gaeco na última quarta e, supostamente, teria sido tesoureiro da campanha de Pedro Taques em 2014. Para o Gaeco, o empresário era quem operava o esquema de desvio de dinheiro no governo para pagar a campanha do governador. Desta forma, é apontado como o principal mentor do 'propinoduto' construído dentro da Seduc.
Junto com Giovanni Guizardi, proprietário da Dínamo Construtora, Alan e [Guizardi] planejavam ainda obter R$ 12 milhões até 2017, por meio de fraudes em licitações de reformas e construções de escolas no Estado. Alan foi ainda apontado por Guizardi como o operador de um caixa dois na ordem de R$ 10 milhões para a campanha do governador Pedor Taques (PSDB) em 2014.
Ao denominar a fase como "Grão Vizir", o Gaeco comparou Alan a um ministro e conselheiro de um sultão, ou rei, da antiga Pérsia, que em Mato Grosso seria o governador PEdro Taques. "Durante o Império Otomano, o Grão-vizir era a mais alta autoridade depois do sultão, sendo considerado representante deste e atuando em seu nome. Governava outros vizires de menor rango que se reuniam na Sublime Porta do Palácio de Topkap?, em Istambul", diz o significado. Pelo raciocínio do Gaeco, Alan Malouf é quem realmente manda no governo de Taques.
Em seu depoimento, o empresário Giovani Guizardi disse que os pagamentos de propina aconteciam sempre em dinheiro e eram realizados pelos empresários que aderiram ao esquema. Do total da propina, segundo ele, 25% eram destinados ao deputado Guilherme Maluf, que “tinha o real poder político dentro da Seduc”.
O proprietário da Dínamo chegou a detalhar em seu depoimento, como delação, que Guilherme Maluf “estaria ciente das ações da organização criminosa”, o que lhe foi confirmado pelo empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf, que também atuava no esquema, conforme o delator.Ainda afirmando que após a deflagração da Rêmora, Maluf ainda teria contratado parentes de Wander Luiz e do ex-secretário de Educação Permínio Pinto, alvos das investigações.
Guizardi foi preso em maio deste ano na Operação Rêmora, que, em deação premiada, disse que o tucano integrava o “núcleo de agentes políticos” da organização criminosa montada para fraudar licitações e arrecadar propina na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
http://unicanews.com.br/politica/ida-de-malouf-ao-soe-gera-indicio-de-delacao-premiada/7467
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