01 de Maio de 2025
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POLÍTICA Quinta-feira, 01 de Maio de 2025, 08:45 - A | A

01 de Maio de 2025, 08h:45 - A | A

POLÍTICA / CHICO 2000 E SGT JOELSON

"Gabinetes foram palco de negociação ilícita em ação conjunta entre vereadores", escreve juíza

Euziany Teodoro
Única News



A juíza Edna Ederli Coutinho, ao autorizar busca e apreensão nos gabinetes dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), no âmbito da operação Perfídia, nessa terça-feira (29), destacou que estes gabinetes foram “palco” da negociação ilícita para recebimento de propina da empreiteira HB 20 Construções Eireli, responsável pelas obras da Avenida Castorina Sabo Mendes, o “Contorno Leste" de Cuiabá.

“A representação policial, portanto, apresenta elementos que indicam que a Câmara Municipal de Cuiabá, em especial os gabinetes dos vereadores investigados, foram utilizados como palco para as negociações ilícitas e para a entrega de parte da propina, desvirtuando a finalidade pública do mandato parlamentar”, destacou a juíza.

Como ja divulgado pelo Única News, a empresa pagou propina de R$ 250 mil ao vereador Sargento Joelson e, em contrapartida, recebeu R$ 4,8 milhões em dívidas da gestão Emanuel Pinheiro (MDB).

Do montante de R$ 250 mil apontados como fruto de propina, R$ 150 mil foram transferidos via Pix para José Márcio da Silva Cunha, apontado como intermediário do vereador, e outros R$ 100 mil teriam sido pagos em espécie, nas mãos do próprio Joelson.

Na justificativa para que os gabinetes fossem alvos de busca e apreensão pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), a juíza explicou que houve uma ação conjunta entre Chico e Joelson, que negociaram dentro da Câmara o recebimento da propina, em reuniões com um funcionário da HB 20 Construções, que delatou o esquema.

“O colaborador J.J. complementou suas informações iniciais, esclarecendo que o pedido de vantagem indevida, inicialmente atribuído ao vereador Sargento Joelson, foi na verdade uma ação conjunta deste com o então presidente da Câmara, Vereador Chico 2000, durante uma reunião no gabinete deste último, para onde J.J. foi levado por Joelson.”

A juíza mandou recolher as imagens do sistema de monitoramento da Câmara de Cuiabá entre agosto de 2023 e agosto de 2024, além de outras mídias, como computadores, celulares e documentos.

As residências de Chico 2000 e Sargento Joelson também foram alvos e os celulares de ambos recolhidos.

Os dois ainda foram afastados dos cargos e estão proibidos de frequentar o prédio da Câmara.

A Operação

A operação Perfídia cumpriu 27 ordens de busca e apreensão na cidade de Cuiabá, nas casas dos dois vereadores e nos gabinetes deles na Câmara de Vereadores da Capital, além de buscas nos sistemas e câmeras de monitoramento da própria Câmara Municipal, local onde o crime teria ocorrido.

A Deccor recebeu a denúncia de Abilio em meados do ano passado – época em que Chico 2000 ainda era presidente da Casa de Leis. Conforme a denúncia, os dois parlamentares teriam solicitado o benefício ilegal a um funcionário da empresa para aprovar uma matéria legislativa, que possibilitou o recebimento de pagamentos do ano de 2023, devidos à empresa pelo então prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).

Após a aprovação, segundo a denúncia, uma parte dos valores teria sido depositada em uma conta indicada por um dos vereadores e há indícios de que a outra parte tenha sido paga em espécie a um deles no interior de seu gabinete na Câmara, local que teria sido o “palco” da negociata ilegal.

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