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POLÍTICA Quinta-feira, 08 de Dezembro de 2016, 13:35 - A | A

08 de Dezembro de 2016, 13h:35 - A | A

POLÍTICA / Depoimento de Guizardi

Maluf rebate acusações de Caixa 2

Da Redação



AL-MT

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O presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB), classificou como “fantasiosas” as acusações feitas pelo empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora, preso na Operação Rêmora, revelando em depoimento dado à Justiça no final de novembro, que haveria um suposto esquema de caixa 2 criado na campanha do atual governador, com a participação do governador Pedro Taques (PSDB), dos deputados federal e estadual, Nilson Leitão e Guilherme Maluf, ambos também do PSDB.

 

Em seu depoimento, o empresário Giovani Guizardi disse que os pagamentos de propina aconteciam sempre em dinheiro e eram realizados pelos empresários que aderiram ao esquema. Do total da propina, segundo ele, 25% eram destinados ao deputado Guilherme Maluf, que “tinha o real poder político dentro da Seduc”.

 

O proprietário da Dínamo chegou a detalhar em seu depoimento, como delação, que Guilherme Maluf “estaria ciente das ações da organização criminosa”, o que lhe foi confirmado pelo empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf, que também atuava no esquema, conforme o delator.Ainda afirmando que após a deflagração da Rêmora, Maluf ainda teria contratado parentes de Wander Luiz e do ex-secretário de Educação Permínio Pinto, alvos das investigações.

 

Guizardi foi preso em maio deste ano na Rêmora, e em deação premiada, revelou que o parlamentar tucano integrava o “núcleo de agentes políticos” da organização criminosa montada para fraudar licitações e arrecadar propina na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

 

Guilherme Maluf que vai acionar o empresário na Justiça por conta das acusações, ainda disse ao rebater o depoimento do empreiteiro, que está à disposição do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) para qualquer esclarecimento.

 

“Eu lamento a forma como isso está sendo colocado. É muito fácil você acusar uma pessoa e não apresentar provas. Especialmente um agente político. Tenho mais de 10 anos de vida pública e tenho construído isso com trabalho. Vejo uma grande preocupação. É muito fácil você fazer acusação e não apresentar provas”, afirmou.

 

Maluf é o único neste momento que ficou na mira da Justiça, por conta da delação premiada de Guizardi, já que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot decidiu nesta última quarta-feira (7), não abrir procedimento de investigação contra o governador do Estado, Pedro Taques (PSDB), e contra o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), citados na delação sobre suposto caixa 2 feito na campanha do atual governador. Janot disse em sua decisão que não via elementos suficientes para a instauração de inquérito.

 

A decisão de colocar a delação para a análise da PGR se deve ao fato de que em seu depoimento - dado nos dias 16 e 17 de novembro, à Justiça -, Guizardi citou o envolvimento de autoridades que possuem foro privilegiado e que só podem, assim, serem investigadas por tribunais superiores. Já Maluf, na condição de deputado estadual, terá as acusações analisadas pelo Tribunal de Justica de Mato Grosso

 

Em entrevista

 

Em entrevista à Rádio CapitalFM, nesta quarta-feira (07), o parlamentar negou qualquer relação com o empresário, que estava preso desde maio por conta da Operação Rêmora e foi solto na semana passada.

 

“Eu não tenho nenhuma forma de relação com Guizardi. Por acaso, ele é parente de parentes. Eu não tenho nenhum tipo de relação com ele. Estive com ele, sim, por uma vez, que me lembre, mas nunca discuti nada sobre isso. Isso está mais para fantasia, para tentar atenuar os atos próprios”, disse.

 

Maluf ainda afirmou que a delação é um instrumento importante, mas tem que ser bem usada, sob pena de acabar com o direito constitucional das pessoas que são envolvidas nisso. “A delação premiada é um instrumento importante de combate à corrupção, mas tem que ser bem usada, sob pena de acabar com o direito constitucional das pessoas que são envolvidas nisso”, criticou.

 

O parlamentar que indicou os ex-servidores Wander Luis dos Reis e Moises Dias da Silva à Seduc, negou ter qualquer responsabilidade pelos fatos. A dupla chegou a ser presa na Operação Rêmora sob acusação de integrar o núcleo de servidores que atuavam diretamente no esquema de cobrança de propina e fraude em licitações na Secretaria. “ Participei da indicação de muitos servidores do Governo, o que é perfeitamente normal. Agora, não vou avalizar a irregularidade de nenhum deles”, resumiu.

 

Além da entrevista, a assessoria do deputado divulgou uma nota contestando a acusação.

 

Leia a nota abaixo:

 

"O presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB), rechaçou as declarações do empresário Giovani Guizardi em colaboração premiada na “Operação Rêmora”, e se colocou à disposição da justiça para qualquer esclarecimento.

 

O deputado negou veementemente que tenha participado de qualquer esquema de irregularidades na Secretaria de Estado de Educação (Seduc). “Meu único relacionamento com a pasta foi de ter participado da indicação pela cota do PSDB, dos nomes de Wander Reis e Moisés Dias para ocuparem cargos comissionados na Seduc. Duas pessoas com vasta experiência no poder público, e especificamente na Educação”, afirmou.

 

Segundo Maluf, o contato que teve com o empresário delator foi em apenas uma ocasião. “Estive reunido uma única vez, quando ele me pediu para interceder pela empresa Dínamo Construtora para receber por uma obra mal feita realizada na estrada que liga Cuiabá a Santo Antônio do Leverger, pedido que neguei de pronto”, disse.

 

Maluf também negou que tenha recebido dinheiro ilícito. “Nunca recebi dinheiro ilícito do meu primo Alan Malouf e nem de qualquer outro cidadão, e muito menos participei de qualquer reunião com empresários que prestavam serviço na Seduc. Lamento que meu nome e o da minha família sejam prejudicados por uma delação sem absolutamente nenhuma prova concreta”, avaliou.

 

Após se colocar à disposição da justiça para qualquer esclarecimento, o presidente da Assembleia Legislativa também comentou que vai cobrar com rigor que as denúncias feitas contra ele sejam comprovadas, defendendo a honra e a imagem da sua família.

 

“Gostaria de dizer que eu tenho uma história de vida limpa, construída com muito trabalho tanto na esfera privada quanto na esfera pública”, concluiu."

 

 

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