Rafaella Dorigo
Globo Rural
O Vaticano vai continuar servindo um vinho espanhol em suas celebrações oficiais. Segundo informações do portal El Español, o escolhido é o Heras Cordón, da região de La Rioja. E não é de hoje: essa vinícola familiar já fornece garrafas para a chamada Santa Sé desde 2001 — passando por João Paulo II, Bento XVI, Francisco e agora, Leão XIV.
Em entrevista ao portal espanhol, Juan Carlos Heras Cordón, filho do fundador, explicou que o Heras Cordón é feito em sua maioria com uvas tempranillo centenárias, passa até 18 meses em barrica e tem um selo especial com o brasão papal.
Ao todo, 2.000 garrafas são enviadas ao Vaticano por ano, todas com a etiqueta “Proibido para venda”. Uma versão semelhante, produzida a partir da mesma uva pela vinícola, pode ser encontrada nos mercados espanhóis por vinte euros, cerca de R$ 120.
Apesar da formalidade que envolve os vinhos destinados à Igreja, o Heras Cordón segue sendo um rótulo “pé no chão”: representa apenas 0,4% da produção da vinícola, que também exporta para países como Brasil, México e Panamá. “Não é marketing. É algo sagrado”, afirma Juan Carlos Heras Cordón, filho do fundador.
Vale lembrar que nem todo vinho pode ser usado nas celebrações religiosas. Os vinhos de missa — chamados canônicos — precisam seguir regras rígidas da Igreja Católica: devem ser feitos exclusivamente com uvas, sem aditivos, fermentados naturalmente e respeitando seu uso litúrgico.
No Brasil, algumas vinícolas seguem essas normas há mais de um século. Entre elas estão nomes tradicionais como Salton, Frei Fabiano e Chesini, que produzem vinhos de missa com alto teor alcoólico e, em alguns casos, com aprovação oficial da Igreja.
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