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COMPORTAMENTO Quinta-feira, 02 de Abril de 2020, 18:18 - A | A

02 de Abril de 2020, 18h:18 - A | A

COMPORTAMENTO / PREVENÇÃO

Uso de máscaras diminui vírus no ambiente e pode frear 2ª onda de contaminação por coronavírus no Brasil

G1



O uso de máscaras diminui a presença do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no ambiente e pode frear uma possível segunda onda de casos de Covid-19 no Brasil, de acordo com a médica cardiologista Jaqueline Scholz, que tem 33 anos de carreira e já vivenciou outras crises da saúde, como os surtos de meningite e as pandemias de H1N1 e Aids.

"A principal medida para evitar a propagação do vírus é o isolamento social. A recomendação para todos usarem máscaras é para quando houver a transição do isolamento social para o isolamento vertical [quando ficam em quarentena apenas os grupos de risco]", afirma Scholz. "O uso de máscara é imperioso para evitar uma segunda onda de contaminação", alerta.

Nesta quarta-feira (1º), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que as máscaras de proteção podem servir como barreira eficiente para a população em geral contra o coronavírus. A sugestão do ministro é o uso de máscaras alternativas, preservando as cirúrgicas e as N95 para os profissionais de saúde.

Mas, por que toda a população deveria usar máscaras para evitar a propagação do coronavírus?

De acordo com Scholz, isso ocorre porque o número de pessoas que estão infectadas e não apresentam sintomas está aumentando com o avanço da pandemia.

"Os assintomáticos são os grandes disseminadores. Quem tem sintoma, todo mundo fica longe, mas quem não apresenta sintoma continua por aí, falando, espirrando, tossindo, fazendo com que haja uma transmissão enorme. As gotículas emitidas com o vírus ficam no ambiente e vão contaminando mais pessoas", afirma Scholz.
De acordo com uma pesquisa que envolveu cientistas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e do Instituto Nacional de Saúde americano, o novo coronavírus pode permanecer por até três horas suspenso nos aerossóis, partículas microscópicas suspensas no ar.

Publicado na revista The New England Journal of Medicine, o estudo americano sugere que a contaminação pela Covid-19 também pode ocorrer pelo ar, e não somente depois de tocar superfícies contaminadas.

Medida no tempo certo

Segundo Scholz, a recomendação inicial do Ministério da Saúde de evitar o uso de máscaras não foi um erro do governo. "O Brasil está no 'timing' certo, a pandemia está em curso. Agora, viram que a questão tem que ser reconsiderada", afirma.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) segue com a orientação de que o uso de máscaras deve ser feito apenas por quem está com sintomas ou está cuidando de doentes – a ideia é que não falte material de proteção para profissionais de saúde.

No entanto, Scholz reforça que a máscara é eficiente para criar uma barreira mecânica e evitar a contaminação do ambiente com o vírus, já que ele sobrevive em superfícies por 3 a 20 dias, de acordo com a temperatura ambiente ou o tipo de material da superfície onde o vírus se deposita.

Ela cita um estudo feito em 2010 com um outro vírus da família coronavírus. Nele, há indicação de que em temperaturas médias de 4ºC, o vírus sobrevive 28 dias na superfície; na média de 20ºC, sobrevive 7 dias; na média de 40ºC, fica quatro horas no ar.

Evidências científicas provenientes da análise de como o vírus se espalhou na China, o país onde a pandemia surgiu, aponta que duas em cada três infecções do novo coronavírus foram causadas por pessoas que não apresentavam sintomas ou não foram diagnosticadas com a doença.

"Os casos não detectados podem expor uma parcela muito maior da população ao vírus", afirmou no fim de março Jeffrey Shaman, professor de Ciências da Saúde Ambiental da Universidade Columbia e coautor da pesquisa.
Como usar a máscara?
Scholz recomenda que a máscara é um item a mais de proteção – a rotina de higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel deve ser mantida. Ela afirma que o indicado é usar máscara cirúrgica.

A "vida útil" da máscara cirúrgica é de duas horas – após este período, a umidade da respiração passa para o material da máscara e compromete a barreira de proteção. Ela poderá ser usada de novo, desde que higienizada corretamente. Scholz recomenda que a máscara seja submetida a máquinas que emitem vapor ou ao vapor do bico de uma chaleira de água fervente por 10 minutos.

Confira as dicas:

Antes de colocar as máscaras, higienize as mãos
Nunca toque o tecido: o ajuste deve ser feito com os elásticos
Cubra nariz e queixo, verifique se há um ferro de ajuste no nariz e aperte
Após duas horas, retire a máscara sem tocar o tecido
Esterilize o material colocando por 10 minutos sob vapor de água, como no bico de uma chaleira

 

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