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GERAL Sexta-feira, 18 de Fevereiro de 2022, 18:06 - A | A

18 de Fevereiro de 2022, 18h:06 - A | A

GERAL / ENFATIZOU INOCÊNCIA

Defesa de padre aponta que não houve confissão de estupro e diz que delegado foi “leviano”

Thays Amorim
Única News



Um dos cinco advogados que integram a banca de defesa do padre Nelson Koch, de 54 anos, o advogado Márcio de Deus rebateu as informações do delegado Pablo Bonifácio Carneiro, responsável pelas investigações das denúncias de estupro contra menores, e afirmou nesta sexta-feira (18), em coletiva de imprensa no município de Sinop (a 498 km de Cuiabá), que não houve confissão do suposto crime. Segundo o delegado, durante a prisão, o padre teria dito em entrevista preliminar que foi tudo consentido pelas vítimas.

As informações do delegado sobre o caso foram noticiadas publicamente, de modo oficial, pela assessoria da Polícia Judiciária Civil (PJC). O sacerdote está preso na penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, conhecida como Ferrugem, em cumprimento a um mandado judicial.

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“[...] Foi apressada, sem saber o que estava de fato falando. Não houve confissão, não houve sequer pergunta para ele se ele tinha praticado ou não o ato”, disse Márcio, logo no início da coletiva.

Sem mencionar medidas judiciais, o advogado afirmou que a legislação protege o acusado e que o processo corre em segredo de justiça – motivo pelo qual o delegado supostamente não poderia ter divulgado informações do caso à imprensa.

“A lei sobre abuso de poder, artigo 18, diz exclusivamente que o delegado não pode fazer isso. Eu acho que o delegado se precipitou em ter demonstrado, em ter falado, em ter exposto o processo na mídia. Ele é servidor público, nós temos mecanismos que protege o acusado, que protege a população do servidor público. O que tiver que fazer para proteger o acusado do servidor público, nós iremos fazer”, apontou.

O afastamento do padre da Paróquia de São Cristóvão foi também foi um dos tópicos da entrevista. No domingo (14), o padre pediu o afastamento do cargo ao bispo Dom Canísio Klaus, da Diocese Sagrado Coração de Jesus, logo ao saber das denúncias de estupro. O advogado explicou que o caso foi relatado ao pároco por meio de uma popular, que teve acesso às falas do adolescente que teria sido uma das vítimas.

“Ele teve acesso às acusações na quinta-feira da semana passada, uma semana antes. Foi quando ele se afastou, em uma reunião que fizeram na igreja, ele pediu o afastamento dele das funções de padre. Salvo engano, o adolescente procurou alguém da comunidade do São Cristóvão, falou para alguém, e essa pessoa levou essa preocupação e esse fato até o padre, e o padre por si só pediu o afastamento. Não teve acesso [oficialmente]”, pontuou.

Entenda o caso

Nelson foi preso na última quinta-feira (17) pela Polícia Judiciária Civil (PJC), em cumprimento a um mandado de prisão. As ordens judiciais foram deferidas pela 2ª Vara Criminal de Sinop, após representação da PJC com base em fatos apurados que apontam os atos praticados.

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De acordo com o delegado Pablo Bonifácio Carneiro, a mãe de uma vítima procurou o plantão da Polícia Civil e declarou que seu filho, de 15 anos, trabalha desde o ano passado na igreja liderada pelo religioso e teria sofrido abusos sexuais praticados em diferentes períodos.

Posteriormente, mãe e filho foram ouvidos na delegacia especializada. Em depoimento especial, conforme prevê a legislação, o adolescente confirmou os abusos sexuais e descreveu que o investigado cometeu os supostos atos criminosos quando o menor de idade tinha sete, 13 e 15 anos.

Outro adolescente, de 17 anos, também ouvido pela Polícia Civil, confirmou que o religioso teria, nos últimos três anos, sem a sua anuência, praticado ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia, caracterizando o crime previsto no artigo 215-A do Código Penal.

O delegado destaca que em uma das oitivas, uma das vítimas informou que o religioso, mesmo de forma velada, o ameaçou dizendo que é uma pessoa de influência. “Desta forma, acreditamos que a segregação da liberdade do suspeito irá encorajar outras eventuais vítimas que ainda não tiveram coragem de denunciar”, pontou Pablo Carneiro.

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