Ari Miranda
Única News
No alvará de soltura dos seis membros do alto escalão da Unimed Cuiabá, presos na última quarta-feira (30/10) durante a deflagração da Operação Bilanz, da Polícia Federal, que investigou um desvio de R$ 400 milhões dos cofres da Unimed Cuiabá, o Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF-MT) revelou que os alvos da ação tinham um grupo exclusivo de WhatsApp, onde discutiam estratégias de defesa das acusações de fraude fiscal dentro da cooperativa.
Além do médico e ex-presidente da Unimed Cuiabá, Rubens Carlos Oliveira Júnior, também foram presos o ex-CEO da entidade, Eroaldo de Oliveira; a ex-diretora administrativa financeira, Suzana Aparecida Rodrigues dos Santos Palma; a ex-superintendente administrativa-financeira, Ana Paula Parizzotto; a contadora Tatiana Bassan; e a advogada Jaqueline Larréa.
Segundo o documento, a descoberta do grupo pelo MPF durante verificação no celular da ex-superintendente da cooperativa, Ana Paula Parizotto, o que para as autoridades, era um indício de que se o grupo fosse mantido em liberdade, poderia prejudicar as investigações.
Todavia, Rubens, Ana Paula e os demais envolvidos no esquema foram soltos pelo juiz federal Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Cuiabá, que determinou na mesma decisão que a PF faça um relatório com o teor das conversas extraídas do grupo de WhatsApp.
ESQUEMA REVELADO EM ASSEMBLEIA
A Operação Bilanz, da Polícia Federal, investiga um “rombo” de R$ 400 milhões de reais ocorrido entre os anos de 2019 e 2023 na Unimed Cuiabá, envolvendo membros da direção da cooperatlva – entre eles, o médico Rubens Junior, que à época estava à frente da presidência da cooperativa.
Conforme noticiado pelo Única News, a revelação do esquema fraudulento ocorreu no dia 4 de março de 2023, durante uma assembleia de cooperados da Unimed na capital.
Ao pegar o microfone para fazer o uso da palavra, a contadora e ex-gerente de Controladoria da Unimed Cuiabá entre os anos de 2014 e 2023, Maria Gladis dos Santos, disse abertamente que foi coagida e obrigada pelos então diretores da entidade – entre eles o presidente Rubens Junior - a assinar um balanço contábil com dados falsos, referente as contas de 2022, destacando que, caso discordasse da ordem, seria demitida.
Durante sua fala, a profissional de contabilidade se posicionou contra a fraude após a leitura de um parecer da auditoria independente e do Conselho Fiscal da cooperativa, que apontou gravíssimas inconsistências no Balanço Patrimonial apresentado por Eroaldo Oliveira, ex-CEO da Unimed Cuiabá.
A revelação causou alarde e revoltou os participantes da assembleia, que reprovaram por maioria o balanço e, de quebra, exigiram um “pente fino” nas contas da entidade, momento em que o caso foi parar na Justiça.
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