Ari Miranda
Única News
O Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF-MT) arquivou uma denúncia contra a contadora Maria Gladis dos Santos, ex-gerente de Controladoria da Unimed Cuiabá entre os anos de 2014 e 2023, isentando-a da ação que investiga um rombo de R$ 400 milhões dos cofres da cooperativa.
Os desvios milionários desencadearam a Operação Bilanz, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (30) e que resultou na prisão do médico e ex-presidente da Unimed Cuiabá, Rubens Carlos de Oliveira Júnior, e outras cinco pessoas ligadas ao alto escalão da entidade.
A revelação do esquema fraudulento envolvendo os diretores da cooperativa ocorreu no dia 4 de março de 2023, durante uma assembleia de cooperados da Unimed na capital.
Na ocasião, ao pegar o microfone para fazer o uso da palavra, Maria Gladis disse abertamente que foi coagida e obrigada pelos então diretores da entidade – entre eles o presidente Rubens Junior - a assinar um balanço contábil com dados falsos, referente as contas de 2022, destacando que, caso discordasse da ordem, seria demitida.
Durante sua fala, a profissional de contabilidade se posicionou contra a fraude após a leitura de um parecer da auditoria independente e do Conselho Fiscal da cooperativa, que apontou gravíssimas inconsistências no Balanço Patrimonial apresentado por Eroaldo Oliveira, ex-CEO da Unimed Cuiabá e um dos alvos da operação da PF nesta semana.
A descoberta causou alarde e revoltou os participantes da assembleia, que reprovaram por maioria o balanço e, de quebra, exigiram um “pente fino” nas contas da entidade. Além disso, o caso foi parar na Justiça.
Diante das revelações feitas por Maria Gladis, o MPF afirmou na decisão que a contadora foi vítima de uma "coação moral irrestível" com a ameaça de perder o emprego caso não obedecesse a ordem dos envolvidos na fraude, sendo assim excluída sua culpabilidade.
No Direito, a coação moral irresistível é uma das hipóteses em que há exclusão de culpabilidade de uma pessoa,, uma vez que o coator, para alcançar o resultado ilícito desejado, ameaça o coagido, que se torna vítima e, por medo ou pressão, realiza a conduta criminosa.
“ROMBO” MILIONÁRIO
Além de Rubens e Eroaldo, também foram presas durante a Operação Bilanz a ex-diretora administrativa financeira da cooperativa, Suzana Aparecida Rodrigues dos Santos Palma; a ex-superintendente administrativa-financeira, Ana Paula Parizzotto; a contadora Tatiana Bassan e a advogada Jaqueline Larrea.
Os seis alvos foram apontados como autores de uma série de fraudes contábeis dentro da Unimed na capital de MT, que causaram o rombo de R$ 400 milhões nos cofres da instituição, entre os anos de 2019 e 2023, período em que Rubens Junior esteve à frente da presidência da entidade.
Além das fraudes, a denúncia, oferecida pelo MPF em 26 de agosto deste ano, também acusou os envolvidos por crimes de falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Todavia, mesmo diante da gravidade dos crimes cometidos, os seis alvos da operação foram soltos por volta das 22 horas de quarta-feira (30), menos de 24 horas após serem presos.
ITENS DE LUXO APREENDIDOS
No endereço de um dos alvos da operação, a Polícia Federal apreendeu vários maços de dinheiro com cédulas de dólar e real, além de relógios de luxo e uma coleção de canetas importadas das marcas Montblanc e Cartier, com preços que giram entre R$ 2 mil e R$ 35 mil.
RELEMBRE:
- Ex-presidente da Unimed em Cuiabá é preso em operação da PF por fraude milionária
- Justiça solta alvos de operação que investigou desvio de R$ 400 milhões na Unimed Cuiabá
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