Ari Miranda
Única News
A Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) determinou que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) informe, em até cinco dias, a data da sessão administrativa que julgará uma reclamação disciplinar contra as condutas do ex-juiz titular da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Wladymir Perri.
A decisão foi proferida no último domingo (21) pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, após o juiz ser denunciado por uma decisão que repercutiu na mídia estadual, onde Perri deu voz de prisão à mãe de uma vítima de assassinato, após a mulher se manifestar contra o acusado de matar seu filho, no dia 4 de outubro de 2023.
Diante da situação, o magistrado acionou a Polícia Militar, que prendeu a mulher por ofensa, ameaça, resistência e crime contra a honra.
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Na decisão, o ministro do CNJ determinou que a Corte Estadual informe o quanto antes a data do julgamento sobre as condutas de Perri.
“Ante o exposto, oficie-se ao Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso para que, no prazo de 5 (cinco) dias, informe se já há data, e qual seria, da sessão administrativa do Órgão Especial do Tribunal na qual será incluído o processo”, cita trecho da decisão.
Além disso, Luis Felipe Salomão destacou que o prazo imposto ao TJMT se deu devido à gravidade da denúncia e a demora no julgamento pelo Judiciário mato-grossense.
Atualmente, Wladymir Perri está na 3ª Vara Criminal de Várzea Grande, para onde foi removido no dia 23 de maio passado.
PROCESSOS EMPERRADOS
Em 10 de abril deste ano, a CNJ instaurou uma reclamação disciplinar contra Wladymir Perri, à época em que da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, em razão de suposta "conduta temerária" e recorrente na condução de processos sob sua responsabilidade.
A irregularidade foi constatada durante inspeção ordinária, realizada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) entre os dias 18 e 20 de março de 2023. Durante a inspeção, a Corregedoria encontrou 161 processos concluídos e parados na unidade há mais de 100 dias, o que representa 31% do acervo ajustado da 12ª Vara Criminal, que era de 515 processos.
Em visita à unidade, a equipe de inspeção da CNJ encontrou diversas irregularidades, também constatadas na correição ordinária realizada pela Corregedoria-Geral de Justiça, destacando que foram identificadas na 12ª Vara Criminal de Cuiabá inúmeras remarcações injustificadas de audiências, ocasionando a paralisação de vários processos.
Além disso, a inspeção constatou que o descontrole das audiências acarretou na demora da conclusão de instruções das ações penais que tramitavam na unidade sobre crimes extremamente graves, inclusive dolosos contra a vida.
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