Euziany Teodoro
Única News
O Ministério Público de Mato Grosso denunciou, nessa sexta-feira (6), o PM Ricker Maximiano de Moraes, por feminicídio qualificado considerando agravantes como violência doméstica, presença de descendentes, o fato de a vítima ser mãe de crianças e o uso de recurso que dificultou a defesa da esposa dele, Gabrieli Daniel de Moraes.
Além disso, o Ministério Público requer o julgamento pelo Tribunal do Júri, a condenação do réu, além de reparação por danos morais e materiais às vítimas. Também foi solicitado que, em caso de condenação, que Ricker perca a graduação militar e seja expulso da Polícia Militar de Mato Grosso.
Como parte do procedimento, o Ministério Público solicitou a apresentação de certidões, antecedentes criminais, laudos balísticos e de celular, além da apuração de possível fornecimento irregular de arma de fogo ao réu. E ainda que a Corregedoria-Geral da Polícia Militar tome ciência dos pedidos para providências cabíveis.
Como divulgado amplamente pelo Única News, Ricker matou a esposa, Gabrieli Daniel de Sousa, no dia 25 de maio, com três tiros na residência do casal, localizada no bairro Praeirinho, em Cuiabá. O crime foi na frente dos dois filhos pequenos, de 3 e 5 anos, que testemunharam toda a cena.
Segundo as investigações, Ricker disparou contra Gabrieli no rosto, tórax e joelho, causando sua morte imediata por choque hemorrágico. Laudos periciais indicam que a vítima foi surpreendida de forma inesperada, sem chance de defesa, configurando um recurso que dificultou ainda mais sua proteção. Após o crime, o suspeito fugiu levando os filhos, que foram deixados na casa dos avós paternos. Ele se apresentou espontaneamente às autoridades mais tarde.
O juiz Ricardo Alexandre Riccielli Sobrinho, da 4ª Vara Especializada de Família e Sucessões do Fórum de Cuiabá, concedeu a guarda das duas crianças pequenas para a mãe de Gabrieli, Noemi Daniel, que veio do Pará para buscar os netos essa semana.
Segundo Noemi, enquanto estavam sob a guarda dos avós paternos, dois dias após o crime, as crianças foram levadas para visitar Ricker, que está preso no Batalhão de Operações Especiais (Bope). Horrorizada, ela veio do Pará com a missão de assegurar, na Justiça, a guarda dos netos.
“Fiquei horrorizada. A minha filha tinha sido enterrada e dois dias depois eles foram ver o pai. […] É muito importante estarem comigo, porque eles são um pedacinho da minha filha [...] Não está sendo nada fácil, mas essa é a primeira batalha que estamos vencendo e vamos vencer a outra, quando ele for julgado e condenado", relatou a mãe de Gabrieli, bastante emocionada.
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