07 de Junho de 2025
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POLÍCIA Sexta-feira, 06 de Junho de 2025, 15:33 - A | A

06 de Junho de 2025, 15h:33 - A | A

POLÍCIA / CASO RENATO NERY

Justiça mantém prisão de casal apontado como mandante de assassinato de advogado

Durante as investigações, a Polícia Civil tenham colhido provas sólidas do envolvimento do casal na disputa de terras. Eles estão presos desde o dia 09 de maio

Christinny dos Santos
Única News



A Justiça manteve a prisão do casal Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos, apontados como mandantes do assassinato do advogado Renato Gomes Nery, morto a tiros em julho de 2024. Os dois foram presos em 09 de maio deste ano, em Primavera do Leste, e transferidos para Cuiabá. A defesa da dupla solicitou liberdade provisória, mas o pedido foi negado pela juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo).

Dezoito dias antes de ser executado, Nery procurou a OAB e registrou uma denúncia contra um colega de profissão. Renato acusou o colega de se apropriar e negociar áreas que totalizavam 2.579 hectares, que ele havia recebido como honorários de uma de reintegração de posse de uma terra localizada no leste do estado. Renato advogou no caso em 1988 e, desde então, lutava para obter a parte da terra a que tinha direito.

Durante as investigações, a Polícia Civil teria colhido provas sólidas do envolvimento do casal na disputa de terras que motivou a execução. Dois anos antes de sua morte, Renato e seu sócio conseguiram na Justiça o direito sobre uma das áreas. Julinere, porém, contratou um perito especialista em grafotécnica e documentoscopia, Cláudio Natal, para verificar possíveis inconsistências na documentação.

Acompanhe o caso aqui

Segundo o perito, Nery teria falsificado as assinaturas do idoso proprietário daquela área de terra para ter a posse do mais de 2 mil hectares. Mais tarde, a falsificação teria sido reconhecida por peritos da própria Perícia Oficial e Identificação Técnica do Estado de Mato Grosso (Politec). Então, de acordo com a Polícia Civil, Julinere e Cesar mandaram matar o advogado.

Disputa de terras

Walmir Cavalheri, amigo do advogado Renato Gomes Nery, falou sobre o conflito agrário que levou à morte do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil — Seccional Mato Grosso (OAB-MT), em julho de 2024, em Cuiabá.

O advogado explica que Nery teria parte de uma área que era integrada a uma terra de mais de 12 mil hectares, dividias em porções com mais de um proprietário. Uma dessas áreas, estava sob posse da Família Sechi, referindo-se ao casal Cesar e Julinere. Através da suposta falsificação, Nery teria obtido direito a uma reserva legal de quase 500 hectares. E, mais tarde, fez um acordo com Wilma Terezinha Destro Fernandes — parte envolvida na disputa judicial que se arrasta desde 1988 — que lhe rendeu as áreas estimadas em R$ 50 milhões, totalizando as mais de 2 mil hectares.

Cavalheri explica que, devido às áreas que Nery disputava serem terras com mais de um proprietário, entre eles o falecido marido de Wilma e a família Sechi, os acordos acabam se conflitando. O caso ainda não teve solução desde que foi judicializado em 88.

Militares e executor

Durante as investigações, sete policiais foram presos por envolvimento no crime. Dois deles são: o 3º Sargento PM Heron Teixeira Pena Vieira e o cabo PM Jackson Pereira Barbosa, vizinho do casal que encomendou a morte do advogado. O terceiro é o soldado Ícaro Nathan Santos Ferreira, integrante da equipe de Inteligência do Batalhão da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), que foi preso na mesma fase da operação Office Crime que teve como alvo também o cabo PM.

Os outros quatro estão ligados a Heron. São eles: o 3º Sargento Leandro Cardoso, o soldado Wekcerlley Benevides de Oliveira, o cabo Wailson Alessandro Medeiros Ramos e o sargento Jorge Rodrigo Martins.

Está preso também o caseiro de Heron, Alex Roberto de Queiroz Silva, autor do disparo de arma de fogo que atingiu e matou Renato Nery.

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