06 de Julho de 2025
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JUDICIÁRIO Sexta-feira, 24 de Setembro de 2021, 11:27 - A | A

24 de Setembro de 2021, 11h:27 - A | A

JUDICIÁRIO / CASO RODRIGO CLARO

Promotor classifica sentença de Ledur como injusta e ajuíza recurso

Thays Amorim
Única News



O promotor de Justiça Paulo Henrique Amaral Motta classificou a sentença que condenou a tenente do Corpo de Bombeiros Militar, Izadora Ledur, por maus tratos, na morte do aluno a soldado Rodrigo Claro, como “injusta e equivocada”. O membro do Ministério Público Estadual (MPMT) garantiu que irá ajuizar um recurso de apelação contra a decisão.

"Sim, será interposto recurso de apelação ainda hoje, em razão da total irresignação com a injusta e equivocada sentença proferida ontem", afirmou, em nota nesta sexta-feira (24).

A sentença foi proferida pelo conselho militar composto pelo tenente-coronel Neurivaldo Antônio de Souza e os majores Paulo César Vieira de Melo Júnior, Ludmila de Souza Eickhoff e Edison Carvalho. Os juízes militares Neurivaldo e Abel votaram pela condenação por perda de patente, mas foi voto vencido.

O juiz da 11ª Vara Militar de Cuiabá, Marcos Faleiros, presidiu o julgamento. A bombeira militar foi julgada por maus-tratos.

No julgamento, o MP pedia a condenação de Ledur por tortura, com perda da função. O promotor demonstrou em sua sustentação que Rodrigo estava sendo perseguido pela tenente e foi submetido a intenso sofrimento.

"Nós temos também inúmeras declarações colhidas durante a fase investigativa às quais demonstram que a ré Izadora Ledur passou a submeter Rodrigo Claro, que inclusive estava sob a sua autoridade e a sua guarda, mediante o emprego de violência e insultos verbais, a intenso sofrimento físico e mental como forma de lhe aplicar castigo pessoal", enfatizou.

Durante o curso de soldado, Rodrigo apresentou um atestado médico devido a um problema no joelho e, segundo a defesa da vítima, foi nesse momento que Ledur passou a persegui-lo.

"Foi dito pelas testemunhas que o aluno apresentou um atestado médico e foi nesse momento que a tenente Ledur começou a pegar no pé. Rodrigo tinha problema no nado e com os caldos, Rodrigo começou a ter medo da tenente Ledur. A testemunha reiterou de forma conveniente confirmando que a vítima apresentava dificuldade nas atividades aquáticas e que a tenente Ledur começou a aplicar diversos caldos para castigá-lo”, disse a defesa.

Na defesa da ré Ledur, estava o advogado Huendel Rolim de Moura, que salientou que a tenente não teve conduta seletiva em relação a Rodrigo, mas sim que o treinamento exigia rigor. Segundo Huendel, nenhuma das declarações prestadas pelas testemunhas acusatórias foi capaz de subsidiar o dolo ou demonstrar existência de conduta de caráter pessoal de ódio ou castigo contra Rodrigo, portanto requereu a absolvição.

O caso

Rodrigo Claro morreu após passar mal durante um treinamento aquático, na Lagoa Trevisan, pelo 16º Curso de Formação, em novembro de 2016. Segundo depoimentos de colegas, Rodrigo reclamou de dores de cabeça e exaustação, mas foi obrigado por Ledur a continuar o treinamento.

Apesar de apresentar excelente condicionamento físico, o aluno demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre, entre outros exercícios.

Para o Ministério Público Estadual (MPMT), por Rodrigo ter apresentado dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre e outros exercícios e, ainda assim, a oficial utilizar métodos abusivos nos treinamentos para puni-lo, revela “inequivocamente, o perfil perverso da tenente como instrutora”.

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