Christinny dos Santos
Única News
A Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (ACS.PM/BM-MT), presidida pelo sargento PM Laudicério Machado, acionou a corregedoria da Polícia Civil pedindo a investigação da conduta do delegado Edson Pick, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O policial civil acusou os militares de mexer e alterar a cena do crime no caso do feminicídio cometido pelo PM Ricker Maxiano de Moraes.
O feminicídio, que vitimou Gabrieli Daniel de Moraes, ocorreu no final da tarde de domingo (25), no bairro Praieiro, em Cuiabá. As autoridades foram acionadas e a Polícia Militar foi a primeira a chegar no local. Em busca de Ricker, os militares entraram na residência, mas verificaram que ele havia fugido, então realizaram o isolamento. As autoridades foram informadas de que Ricker, que tirou a vida da esposa na frente de seus dois filhos, havia deixado as crianças e também a arma do crime na casa do pai dele.
Ao chegar no local para realizar a coleta do armamento, o delegado Edson Pick constatou que o objeto já não estava lá e foi informado de que havia sido recolhido pelos militares.
Pick destacou a ação dos militares, afirmando que poderiam atrapalhar as investigações: “Viemos fazer a apreensão da arma do crime, que ele tinha deixado na casa do pai dele, e a Polícia Militar veio aqui e retirou a arma de onde ele tinha deixado. Então, mais uma vez a Polícia Militar veio mexendo na cena de crime. Com certeza atrapalha demais as investigações. Eu não sei o motivo, nem quem tirou a arma do local. Agora, é aguardar a Polícia Militar apresentar a arma para dizer como ela pegou essa arma do local do crime”.
Por meio de nota, a Polícia militar afirmou que apreendeu a arma em local diverso de onde o crime foi praticado e a entregou à autoridade policial na delegacia, conforme consta no Boletim de Ocorrência. A ação teria sido uma precaução, uma vez que o suspeito ainda não estava preso e poderia voltar ao local para pegá-la.
O presidente da ACS considerou a fala do delegado uma conduta grave, pois isso nada mais seria do que tentar demonizar a corporação.
“Ao invés de estar no encalço de quem seria o suspeito, estava a autoridade policial a tentar demonizar uma instituição quase bicentenária, sob o escopo de esperar que lhe fosse apresentada a arma e quem a teria retirado da residência, como se ela já não estivesse sendo apresentada na delegacia especializada”, afirmou Laudicério.
Diante disso, a associação decidiu acionará a corregedoria e também acionará Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) para apurara a conduta do delegado de Polícia Civil que acusou a equipe da Polícia Militar.
Por meio de nota, o presidente da associação afirmou que a equipe policial foi comunicada pela irmã do militar que este havia seguido até a casa do pai. E lá foi autorizada a entrada e varredura, sendo que o material apreendido foi registrado em boletim e entregue à Polícia Civil e documentado como exige o protocolo.
Portanto, a associação entendeu que Pick violou os princípios da moralidade, da urbanidade e da impessoalidade ao imputar publicamente à Polícia Militar conduta de possível obstrução de Justiça. “A antecipação de juízo de valor por parte do delegado responsável pelas investigações, mediante declarações públicas, constitui conduta grave, especialmente quando se atribui, de forma direta ou indireta, responsabilidade antes de concluídas as apurações e formalizada qualquer acusação”, diz trecho do documento encaminhado à corregedoria da Polícia Civil e MP.
Feminicídio
Gabrieli Daniel de Moraes, de 32 anos, foi morta pelo marido, o policial Ricker Maximiano de Moraes, com três tiros de uma pistola .40. Ela morreu na cozinha da casa onde morava com o policial e os dois filhos do casal, de 3 e 5 anos, que presenciaram o crime, no bairro Praeirinho, em Cuiabá.
Após matar a esposa, o policial deixou a casa com os menores, deixando as crianças na casa dos avós e fugiu. Assim que foi acionada dos fatos, os policiais da DHPP iniciaram as diligências e conseguiram apreender o celular do investigado e o veículo utilizado na fuga, na residência dos pais do policial. A arma utilizada no crime foi apresentada na delegacia pela Polícia Militar.
Durante a madrugada, o policial se apresentou na DHPP, ocasião em que foi lavrado o flagrante de feminicídio, sendo posteriormente colocado à disposição da Justiça.
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