Da Redação
(Foto: TCE-MT/Arquivo)
O conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antônio Joaquim reuniu a imprensa, nesta terça-feira (26), e afirmou ser vítima de falsas acusações por parte do ex-governador Silval Barbosa que em suas declarações à Justiça Federal voltou a denunciar os cinco conselheiros afastados.
Silval afirmou que a maioria dos relatórios das obras da Copa do Mundo de 2014 produzidos pela Corte de Contas eram usados para o chantagear por propinas. A acusação é a mesma feita em delação premiada à Procuradoria Geral da República (PGR), em 2017, mas voltou à tona na última semana após divulgação do vídeo do depoimento pelo site Gazeta Digital.
Antônio Joaquim reclamou ser vítima de duas falsas acusações. “Esse Silval Barbosa, ladrão confesso, gangster assumido, já me propiciou esse calvário de duas penalidades. Porque o procurador da República acreditou no ladrão, no cínico, no gangster, que somente com a palavra dele me causou esse prejuízo”.
Antônio Joaquim foi afastado do TCE em setembro de 2017 por decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). O conselheiro é investigado na Operação Malebolge, 12ª fase da Operação Ararath, baseada nos depoimentos de Silval, seus familiares e do ex-chefe de gabinete Silvio Cesar Correa Araújo.
O conselheiro também pretendia se aposentar para disputar as eleições deste ano, mas foi impedido por decisão da 1ª Turma do STF.
Silval acusa Antônio Joaquim de ter recebido parte de uma propina de R$ 53 milhões paga a conselheiros do TCE para que não barrassem projetos como o “Programa MT Integrado” e também obras relacionadas à Copa do Mundo de 2014.
O ex-governador fala que a compra de uma fazenda em Livramento, em 2012, fez parte de um esquema de lavagem de dinheiro. A transação feita entre Antônio Joaquim – antigo dono da área – e o empresário Wanderley Fachetti, dono da construtora Trimec e suposto comprador da propriedade, teria como objetivo ocultar a presença de Silval e também de subfaturar o valor do contrato.
Antônio Joaquim em contrapartida nega saber da origem ilegal dos valores. “O Wanderley da Trimec era um empresário respeitado na época e Silval era o governador”, afirmou.
O dono da Trimec teria repassado a propina devido a um acordo com Silval para o repasse de 10% do valor de contratos de patrulhas rodoviárias do governo. Em seu depoimento, o empresário Wanderley confirmou que o conselheiro não sabia da ilegalidade do recurso.
“Eu não sou da Polícia Federal, não sou da Receita Federal, não tenho nenhuma autoridade de fiscalizar origem de dinheiro. O que era necessário e imprescindível era que viesse da Trimec, com ela que eu tinha um contrato de compra e venda declarado no meu Imposto de Renda”, disse Antônio Joaquim.
O conselheiro defendeu que se o então procurador-geral da República Rodrigo Janot tivesse ouvido Wanderley antes de pedir seu afastamento do TCE não o teria feito. Antônio Joaquim chamou a decisão de “imprudência”.
“O que é pior, você vê o nível de cinismo do doutor Silval Barbosa. O nível de maldade, parece que estava perseguindo, que tinha empreita para me pegar. Parece que eu era o alvo. No depoimento do Wanderley, ele afirma que era sócio oculto mesmo, mas em 2016 o Wanderley comprou a parte do doutor Silval e cita até como comprou, por meio de um outro garimpo chama Bulixão. Então, em 2017 quando Silval delatou que comprou de mim, ele nem sócio mais era”, finalizou Antônio Joaquim.
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