Cuiabá, 26 de Abril de 2024

POLÍTICA Sexta-feira, 24 de Abril de 2020, 15:51 - A | A

24 de Abril de 2020, 15h:51 - A | A

POLÍTICA / DEMISSÃO DE MINISTROS

Para procurador-geral de MT, Bolsonaro mistura política de Governo com política de Estado

Euziany Teodoro
Única News



O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges, chefe do Ministério Público, vê com preocupação a saída de dois ministros importantes, em poucos dias, do Governo Federal: Luiz Henrique Mandetta e Sérgio Moro.

Para ele, faltou ao presidente da República, Jair Bolsonaro, separar a política de Governo (como priorizar determinadas ações na área de atuação da instituição) da política de Estado (que estabelece as atribuições da PF e sua independência funcional e investigativa). Isso teria acontecido ao querer trocar o diretor-geral da Polícia Federal por interesses político-pessoais e para ter acesso ao teor de inquéritos policiais, como foi denunciado por Sérgio Moro, nesta sexta-feira (24).

O primeiro a sair - demitido pelo presidente - foi o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no dia 16 de abril, após fazer um trabalho importante e bastante elogiado no combate à pandemia do novo Coronavírus no Brasil.

Agora, pediu demissão o ex-juiz Sérgio Moro, que comandava o Ministério da Justiça e não pôde, segundo ele, "fazer seu trabalho", que era o combate ao crime organizado. Em sua saída, denunciou a interferência política de Bolsonaro no Ministério e na Polícia Federal.

"“Vejo com muita preocupação. Num momento em que enfrentamos uma grande pandemia, em uma semana tivermos a demissão do ministro da Saúde, que hoje é a área mais sensível, e agora do nosso ministro da Justiça, Sérgio Moro, seja por ele ser uma referência, e também por se tratar de um ministério que deve ter uma abordagem e uma relação de política de Estado e não de governo, exatamente por termos ali uma coordenação da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal. Principalmente da Polícia Federal, ligada ao combate ao crime orgnizado e aos crimes contra o sistema financeiro nacional", disse o procurador-geral José Antônio Borges.

Para ele, "O Ministério da Justiça não pode ser contaminado por interesses pessoais ou por barreiras de grupos quanto à investigação de crimes."

Veja o posicionamento na íntegra:

Vejo com muita preocupação. Num momento em que enfrentamos uma grande pandemia, em uma semana tivermos a demissão do ministro da Saúde, que hoje é a área mais sensível, e agora do nosso ministro da Justiça, Sérgio Moro, seja por ele ser uma referência, e também por se tratar de um ministério que deve ter uma abordagem e uma relação de política de Estado e não de governo, exatamente por termos ali uma coordenação da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal. Principalmente da Polícia Federal, ligada ao combate ao crime orgnizado e aos crimes contra o sistema financeiro nacional.

O ex-ministro Moro deixou bem claro que não estava tendo condições de trabalhar exatamente naquilo em que ele se tornou conhecido, ou seja, no combate ao crime organizado. Era aquilo que ele queria fazer após 22 anos atuando como juiz federal, e saiu por um dos piores motivos, ou seja, porque houve uma interferência na mudança do comando da Polícia Federal.

Faltou ao presidente da República separar a política de Governo da política de Estado. O Ministério da Justiça não pode ser contaminado por interesses pessoais ou por barreiras de grupos quanto à investigação de crimes.” - José Antônio Borges Pereira, procurador-geral de Justiça de Mato Grosso.

FAÇA PARTE DE NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS!

GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3

Comente esta notícia