Edy Santiago
Única News
Os vereadores de Várzea Grande usaram a tribuna da Câmara Municipal, nessa terça-feira (11), para tratar da falta de água. É público e notório que a segunda maior cidade de Mato Grosso nunca teve saneamento básico e que a falta de estrutura se agravou, nos últimos anos, com o crescimento populacional, contudo, para alguns vereadores, o problema é causado por boicotes de funcionários do Departamento de Água e Esgoto (DAE).
A falta de abastecimento, em Várzea Grande, tem sido amplamente discutido e virou a principal promessa de campanha, nas últimas eleições. Mas, passado o pleito, a situação não muda. Há relatos de que bairros inteiros chegam a ficar uma semana sem água. Problemas com bombas, entrada de ar na tubulação, baixa dos reservatórios e furtos de fiação são algumas das inúmeras justificativas do DAE.
O vereador Ivan dos Santos (Solidariedade) pareceu ser o parlamentar com um pensamento que mais se aproxima da realidade. Ele entende que “o problema não está na pessoa que não paga a água. Não está na caixa pequena, como diz por aí (recordando da fala do senador Jayme Campos). Está na incapacidade do Departamento de pegar a água poluída, tratar e devolver para os moradores”.
“O DAE não tem potencial de tratar a água para toda a população. A verdade é essa. Temos que abrir o jogo. Não temos condições de puxar água do rio Cuiabá e armazenar de uma forma cuidada e tratada. É uma preocupação muito grande, talvez uma das políticas mais importante que tem que ser resolvida”, defendeu Ivan.
O vereador Rogerinho Dakar (PSDB) alegou que foi procurado por moradores de vários bairros e questionado sobre o que estaria causando a falta do abastecimento.
Ele diz ter compreensão que houve falta de investimento no DAE, no passado, e mesmo assim questiona: “será que não está havendo sabotagem por alguns profissionais do DAE? Não é possível! Será que não está havendo alguma sabotagem por parte dos profissionais que fazem essa manobra? Estamos na época de chuva e nunca faltou água como está faltando agora. Nunca houve uma falta tão grande igual nesta gestão”, indagou Rogerinho.
O parlamentar, ainda, comentou que no início do mandato do prefeito Kalil Baracat houve problemas com a bomba, mas que já foi resolvido. Por isso, defende que “não há o que a gente pensar, se não for isso. A população tem razão do que está falando e não é um morador não, são vários”, sustentou.
Diante do exposto, ele quer que a Câmara faça uma fiscalização para saber se os profissionais do Departamento realmente estão fazendo o trabalho direito. Ainda garantiu que se houver manobristas fazendo esse tipo de boicote, será aberto um procedimento administrativo contra essas pessoas.
O vereador Alessandro Moreira (PP) comentou que esteve em uma reunião no bairro Joaquim Curvo e que, apesar de ter três poços artesianos na região, as ruas Minas Gerais, Girassol e São Paulo enfrentam a falta de água. “Não sei o que acontece que não chega no bairro. Constantemente a bomba do poço da rua Rondonópolis [aparece] queimada. Fica mais de uma semana, as pessoas ali do Jaime Campos sem abastecimento por causa do problema”, alega.
Moreira disse no plenário que já conversou com o presidente do DAE, e acredita que ele está sofrendo um boicote, “porque o conheço desde a época do PMDB, uma pessoa que sempre pautou pela lisura, uma pessoa que tem o maior carinho pela nossa cidade de Várzea Grande”.
Já o vereador Jero Neto (MDB) defendeu que “além de ter essas boicotagens, está havendo muitos furtos e isso prejudica a população”. Ele pede que as forças de segurança no município façam rondas nos pontos de captação de água, por serem alvos de furtos.
Outro lado
O departamento de Água e Esgoto justificou que a falta de água no município tem diferentes razões. Baixa vazão, rompimento de adutora, problema em alguma etapa do conjunto de moto bomba, além do aumento da cidade sem necessariamente haver aumento da capacidade da rede. O DAE. ainda pontua que Várzea Grande cresceu muito acima da média nacional.
Quanto as declarações sobre supostos boicotes, o departamento disse que não existe nenhuma denúncia formalizada até este momento.
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