Ari Miranda
Única News
Em decisão assinada pela juíza Maria Rosi de Meira Borba, da 4ª Vara Criminal de Cuiabá, foi mantida a prisão do criminoso Silvio Junior Peixoto (26), autor do duplo homicídio no Shopping Popular de Cuiabá, em 23 de novembro do ano passado.
A decisão foi tomada pela magistrada após o atirador passar audiência de custódia, realizada na última quinta-feira (28/3).
Silvio confessou a autoria da morte do comerciante Gersino Rosa dos Santos (43) e disse ter recebido R$ 10 mil para cometer o crime. Contudo, além de “Nenê”, como a vítima era conhecida no Shopping Popular, o atirador também acabou matando o vendedor Cleyton de Oliveira de Souza Paulino (27), que morreu acidentalmente, por estar na linha de tiro do criminoso.
“Vejo que a prisão de Silvio Junior Peixoto ocorreu dentro dos parâmetros exigidos em Lei, não havendo relato, pelo preso, de qualquer ocorrência de abuso ou tortura da autoridade policial que a realizou”, diz trecho da decisão.
Assim que passou pela audiência de custódia, o criminoso foi encaminhado à Penitenciária Central do Estado (PCE-MT), onde aguardará decisão da Justiça.
PRISÃO E RECAMBIAMENTO
O criminoso foi preso na segunda-feira (25) pela equipe da DHPP, na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Ele estava escondido na casa da tia de uma ex-namorada, quando foi preso em uma ação conjunta com a Delegacia de Polícia Civil de Uberlândia.
Após autorização da Justiça mineira, Sílvio Junior Peixoto foi recambiado em um avião do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer-MT) para a capital mato-grossense, na quinta-feira (28).
(Foto: Reprodução/Montagem)
Momento em que o atirador chegou ao Shopping Popular de Cuiabá para cometer o crime.
ATIRADOR INEXPERIENTE
Em depoimento ao delegado Nilson Farias, da DHPP de Cuiabá, Silvio Junior Peixoto revelou que nunca tinha manuseado uma 9mm na vida, motivo pelo qual atirou à queima roupa no comerciante, garantindo que não teve a intenção de matar a segunda vítima.
“Inclusive [o Silvio] nunca tinha utilizado [uma pistola]. No máximo espingarda que ele já tinha atirado, mas não tem costume de usar arma de fogo. E talvez por esse motivo que ele chegou tão perto para poder efetuar o disparo, porque ele realmente não sabia manusear”, revelou o delegado.
Contudo, mesmo com sua inexperiência, o delegado não “isentou” o criminoso e enfatizou que, ao atirar com uma arma de grande potência dentro de um ambiente fechado, assumiu o risco de matar outras pessoas que estivessem por perto.
“Uma pessoa que faz um disparo de uma arma que tem um calibre com muita velocidade, que não é um calibre impactante, mas sim transfixante, já sabe que se ela efetuar o disparo na nuca de alguém num lugar com grande aglomeração de pessoas, esse disparo certamente vai transfixar e acertar um terceiro que não tem nada a ver”, ressaltou o delegado.
“Então, ele assumiu o risco exatamente ao usar uma 9mm dentro de um shopping. Ele com certeza sabia que poderia acertar mais pessoas”, pontuou.
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