Cuiabá, 05 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Terça-feira, 16 de Abril de 2024, 09:52 - A | A

16 de Abril de 2024, 09h:52 - A | A

JUDICIÁRIO / TIROS PELAS COSTAS

Paccola vai a júri popular por morte de policial penal em Cuiabá

Na decisão, juiz afirmou que laudo da perícia comprovou que vítima foi atacada e morta pelo ex-vereador sem chance de defesa

Ari Miranda
Única News



Em decisão proferida no domingo (14) pelo juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal da Capital, foi determinado que o ex-vereador por Cuiabá, tenente-coronel Marcos Paccola, vá a júri popular pela morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa (41) o "Japão", quase dois anos após o crime.

O magistrado acolheu um pedido do Ministério Público Estadual (MP) e rejeitou os pedidos de absolvição sumária da defesa do ex-vereador.

Além das oitivas de 10 testemunhas do crime, provas periciais e do interrogatório de Paccola, Wladymir Perri também analisou imagens das câmeras de segurança que registraram o crime, na noite de 1º de julho de 2022 no bairro Quilombo, região central da capital.

Na decisão, o juiz afirmou que a perícia da Politec demonstrou que os tiros disparados por Paccola atingiram “Japão” pelas costas, sem chance de defesa.

“Ademais, observa-se que um dos ferimentos sofridos pela vítima foi causado nas costas e o orifício de saída foi no pescoço, o que demonstra que a vítima foi atingida em uma posição que já se encontrava caindo ao solo, salientando-se que todos os disparos foram desferidos quando Alexandre estava de costas para o réu [Marcos Paccola]”, destacou o juiz na decisão.

“Assim sendo, inviável cogitar a absolvição sumária do réu e reconhecer a tese de excludente da ilicitude pela legítima defesa”, determinou.

O processo deve ser enviado à 1ª Vara Criminal de Cuiabá e o Tribunal do Júri ainda não tem data marcada.

(Foto: Reprodução/Montagem)

ALEXANDRE MIYAGAWA - PACCOLA.jpg

Momento em que Paccola atira no agente socioeducativo Alexandre Miyagawa (no detalhe).

O CASO

Na noite de 1º de Junho de 2022, Alexandre Miyagawa e a esposa tiveram uma discussão próximo a uma distribuidora de bebidas no bairro Quilombo, região central de Cuiabá. Em determinado momento da discussão entre o casal, antes da chegada de Paccola, a vítima pegou a arma que trazia na cintura e ficou com ela apontada para cima, enquanto a desavença entre os dois prosseguia.

Ao passar pelo local do desentendimento em seu veículo, Paccola avistou, estacionou seu veículo logo mais à frente, retorna ao local, chega por trás de Alexandre e desfere os três tiros pelas costas da vítima, no momento em que a discussão do casal aparentava estar apaziguada. Câmeras de segurança registraram o episódio.

Marcos Paccola é policial militar da reserva e responde a outros processos na justiça, entre eles um por alteração de dados de sistemas da corporação, para proteger policiais envolvidos em grupos de extermínio.

Devido a repercussão do crime, o militar teve seu mandato de vereador cassado logo após o crime, sendo substituído na Câmara de Cuiabá pela então suplente de vereadora Maysa Leão (Republicanos).

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