Ari Miranda
Única News
Em decisão proferida no domingo (14) pelo juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal da Capital, foi determinado que o ex-vereador por Cuiabá, tenente-coronel Marcos Paccola, vá a júri popular pela morte do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa (41) o "Japão", quase dois anos após o crime.
O magistrado acolheu um pedido do Ministério Público Estadual (MP) e rejeitou os pedidos de absolvição sumária da defesa do ex-vereador.
Além das oitivas de 10 testemunhas do crime, provas periciais e do interrogatório de Paccola, Wladymir Perri também analisou imagens das câmeras de segurança que registraram o crime, na noite de 1º de julho de 2022 no bairro Quilombo, região central da capital.
Na decisão, o juiz afirmou que a perícia da Politec demonstrou que os tiros disparados por Paccola atingiram “Japão” pelas costas, sem chance de defesa.
“Ademais, observa-se que um dos ferimentos sofridos pela vítima foi causado nas costas e o orifício de saída foi no pescoço, o que demonstra que a vítima foi atingida em uma posição que já se encontrava caindo ao solo, salientando-se que todos os disparos foram desferidos quando Alexandre estava de costas para o réu [Marcos Paccola]”, destacou o juiz na decisão.
“Assim sendo, inviável cogitar a absolvição sumária do réu e reconhecer a tese de excludente da ilicitude pela legítima defesa”, determinou.
O processo deve ser enviado à 1ª Vara Criminal de Cuiabá e o Tribunal do Júri ainda não tem data marcada.
(Foto: Reprodução/Montagem)
Momento em que Paccola atira no agente socioeducativo Alexandre Miyagawa (no detalhe).
O CASO
Na noite de 1º de Junho de 2022, Alexandre Miyagawa e a esposa tiveram uma discussão próximo a uma distribuidora de bebidas no bairro Quilombo, região central de Cuiabá. Em determinado momento da discussão entre o casal, antes da chegada de Paccola, a vítima pegou a arma que trazia na cintura e ficou com ela apontada para cima, enquanto a desavença entre os dois prosseguia.
Ao passar pelo local do desentendimento em seu veículo, Paccola avistou, estacionou seu veículo logo mais à frente, retorna ao local, chega por trás de Alexandre e desfere os três tiros pelas costas da vítima, no momento em que a discussão do casal aparentava estar apaziguada. Câmeras de segurança registraram o episódio.
Marcos Paccola é policial militar da reserva e responde a outros processos na justiça, entre eles um por alteração de dados de sistemas da corporação, para proteger policiais envolvidos em grupos de extermínio.
Devido a repercussão do crime, o militar teve seu mandato de vereador cassado logo após o crime, sendo substituído na Câmara de Cuiabá pela então suplente de vereadora Maysa Leão (Republicanos).
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