Abraão Ribeiro
Única News
Diante da repercussão que gerou as denúncias da técnica em enfermagem Amanda Delmondes Benício, de 38 anos, acusando o Hospital São Judas Tadeu de ser palco de casos de maus tratos e erros médicos propositais na unidade, prejudicando pacientes com covid-19, afirmando até ter vídeos e fotos que comprovam sua denúncia, o Comando Geral da Polícia Militar se manifestou, em nota, pedindo apuração da morte do major PM Thiago Martins de Souza, de 34 anos, supostamente morto pelo coronavírus.
O Comando Geral comunicou que solicitou tanto ao Conselho Regional de Medicina (CRM-MT), quanto ao Ministério Público Estadual (MPE), uma investigação na esfera administrativa e criminal em relação aos trabalhos que o Hospital São Judas Tadeu desenvolveu durante a internação do major morto.
Para a alta cúpula da Polícia Militar, “esta medida está sendo adotada a partir de denúncias veiculadas em reportagens publicadas em diversos sites e outros órgãos de imprensa nesta segunda-feira-feira (05.04)”.
NOTA – COMANDO GERAL
O Comando Geral da Polícia Militar informa que está oficiando ao Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) e ao Ministério Público Estadual (MPE) uma solicitação de apuração na esfera administrativa e criminal, respectivamente, da denúncia de possível negligência sofrida pelo major PM Thiago Martins de Souza durante internação em unidade hospitalar privada em Cuiabá.
No mesmo ofício, o Comando Geral da PM solicita aos órgãos oficiados acima que lhe seja oportunizado o acompanhamento e/ou atualizada sobre tais apurações.
Esta medida está sendo adotada a partir de denúncias veiculadas em reportagens publicadas em diversos sites e outros órgãos de imprensa nesta segunda-feira-feira (05.04).
O major Thiago morreu no último sábado (03.04), por complicações decorrentes da Covid-19, em outra unidade hospitalar, da rede SUS, em Cuiabá, para onde foi transferido após agravamento do seu quadro de saúde e consequentemente necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O caso
A técnica de enfermagem Amanda Delmondes Benício registrou um boletim de ocorrências na manhã desta segunda-feira (5) para denunciar irregularidades no hospital. Segundo ela, algumas práticas da unidade estariam levando pacientes à morte, como teria sido o caso de um major da PM.
A defesa do hospital, no entanto, afirma que as acusações são "espúrias e inverídicas". Segundo a advogada do Hospital São Judas Tadeu, Gaia Menezes, a instituição tem um histórico de atendimento de referência, inclusive para atendimento de pacientes com Covid-19, e o problema surgiu porque a técnica em enfermagem teria buscado vingança por ter sido demitida.
"Isso tudo começa com uma demissão, dessa funcionária, na semana passada, justamente por um histórico e um comportamento que é incompatível com as regras institucionais, comportamentos que não condizem com o ambiente hospitalar, um histórico de agressão, entre outros comportamentos".
Sobre as acusações da profissional, a advogada afirmou que estão sendo tomadas todas as medidas cabíveis para a responsabilização dela. Ela afirmou que cada caso será esclarecido às autoridades competentes, quando solicitado.
"Qualquer fato que tenha sido divulgado, por exemplo, vi uma reportagem falando sobre negativa de oxigênio para paciente, isso é uma mentira, totalmente inverídico, nós temos um histórico de atendimento de excelência à população, aqui é um hospital de referência para atendimento de Covid-19, todos os profissionais que foram envolvidos também vão tomar as medidas cabíveis, na esfera cível e criminal. Agora sobre casos concretos, não temos nem noção ainda de tudo o que está sendo divulgado, temos que ter um pouco de calma para filtrar, não iremos nos posicionar sem ter um entendimento formal do caso", disse.
Major reclamava de mau atendimento
Prints de conversas pelo WhatsApp dão a entender que a técnica em enfermagem Amanda está dizendo a verdade sobre o mau atendimento do Hospital São Judas Tadeu, com pacientes internados com covid-19.
Em uma suposta conversa entre o major Thiago Martins de Souza, de 34 anos, morto nesse domingo (4) em decorrência da doença, e uma pessoa, ainda não identificada, ele reclama do mal atendimento da unidade de saúde.
Nas conversas, o militar falava da lotação da unidade, da falta de profissionais e ainda do mau atendimento dos profissionais da saúde.
"Na realidade um dos problemas que tenho passado aqui é que o atendimento aqui é ruim", disse em uma das mensagens.
Ele ainda comentou que havia "muita gente e poucos profissionais" para atender os pacientes com covid-19.
Dentre as reclamações, ele disse que uma enfermeira foi fazer um procedimento, mas não terminou, deixando ele com o aparelho.
"Uma mulher veio fazer o trem cedo e me esqueceu com o aparelho. Dormi com o trem na cara e soltou parte, quase afoguei. Soltei sozinho e até agora nada do socorro", reclamou.
Depois de um tempo a pessoa com quem ele conversa pergunta se ele está fazendo terapia e ainda o alerta "você nem fica reclamando, esse povo fica com raiva. Aí tem fisioterapia pulmonar?"
Ele responde que faz, mas muito pouco. "Tem muita gente, pouco aparelho e profissional", reclamando da falta de profissionais.
Outro dia, o major disse que havia sofrido com pesadelos na noite anterior e que havia sentido muita falta de ar.
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