Marcella Magalhães
Única News
A Operação Onipresente, realizada em conjunto entre a Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em terras indígenas de Mato Grosso, encerrou suas atividades nesta segunda-feira (28). Onipresente termina com a prisão de mais um líder indígena, o cacique Tamari, apontado pelas investigações como sendo o líder do esquema de extração de madeira e garimpos clandestinos. O nome do líder indígena foi confirmado pela assessoria da PF ao Única News nesta terça-feira (29).
Durante a operação foi descoberta a atuação de um servidor da Funai que passava informações a garimpeiros para que escapassem da ação policial e de uma liderança indígena que recebia 20% de todo ouro extraído da área protegida, cujo o nome do garimpo destruído pela equipe da PF levava o mesmo nome do cacique: ‘Tamari’.
As ações foram realizadas durante 15 dias em 21 pontos localizados na Terra Indígena Aripuanã localizada entre os municípios de Juína/MT e Aripuanã/MT (etnia Cinta Larga); Terra Indígena Menkü no município de Brasnorte (etnia Menķü) e no Parque Nacional do Xingu em Feliz Natal/MT (etnia Ikpeng).
Como resultado da operação foram apreendidos documentos, celulares, sete escavadeiras hidráulicas, três caminhões, sete tratores, doze motocicletas e trinta motores estacionários utilizados na lavagem do solo; além da destruição de diversos acampamentos que davam suporte para o cometimento dos crimes. As escavadeiras e veículos que estavam em situação precária de conservação ou em locais de difícil acesso foram inutilizados e os demais foram retirados e receberão destinação que será definida posteriormente.
Ressalta-se que, no decorrer da investigação, foi constatada que as atividades ilegais eram realizadas com autorização de lideranças indígenas que recebem valores dos madeireiros e garimpeiros, tendo inclusive sido encontrados com os infratores uma tabela com preço pago aos indígenas.
Outro cacique preso
O cacique Damião Paradizane é outra liderança indígena que foi preso pela PF na Operação ‘Res Capta’, no dia 17 de março, onde recebia aproximadamente R$ 900.000,00 por mês pelos 15 arrendamentos ilegais na Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé, para desenvolvimento de atividade pecuária.
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