Da Redação
Reprodução

Na próxima segunda-feira (20), é celebrado o Dia da Consciência Negra. A data marca a luta dos negros contra o preconceito e a discriminação, que tem como principal representante Zumbi dos Palmares, morto há mais de três séculos.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), registrou 87 casos de discriminação ou preconceitos por conta da raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Porém, esse número não é considerado menor com relação ao ano de 2016 ou 2015, que contabilizaram respectivamente 126 e 103.
Em março deste ano, o médico cardiologista e professor universitário Herbert Monteiro da Silva, de 63 anos, foi preso em flagrante e indiciado por injúria racial depois de ter supostamente xingado o porteiro do prédio de ‘preto’ e ‘preto vagabundo e safado’, durante uma discussão. No entanto, depois de pagar fiança de R$ 5 mil, o docente da UFMT foi solto. O edifício onde aconteceu o caso foi no bairro Jardim Mariana, em Cuiabá.
Mas, conforme o coordenador da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial, (CPIR), Pedro Reis Oliveira, o problema é que a grande maioria das vítimas não registra o boletim de ocorrência por medo ou receio, e ainda quando decide registrar o crime, a ocorrência não segue os trâmites legais para finalizar um processo seja na esfera estadual ou municipal.
“São vários os crimes de racimos. Temos o institucional que é quando a pessoa não consegue a vaga de emprego por conta da raça, cor ou etnia, temos a intolerância religiosa que a etnia também acaba definindo a religião e as pessoas preconceituosas não aceitam a escolha de vida da maioria dos negros. Principalmente quando eles têm sucesso na carreira profissional”, lembrou.
Atualmente, o Conselho Municipal acompanha 105 processos registrados por conta do racismo. Mas, a o número conforme o CPIR não chega nem a metade dos casos que a instituição atendeu e faz orientação para ‘encorajar as vítimas a denunciar e seguir com o processo na Justiça’.
Em Cuiabá, não tem um perfil específico das vítimas que sofrem mais este tipo de preconceito. O registro vai desde crianças que sofrem maus-tratos nas creches como até aos jovens e adultos que são ofendidos no mercado de trabalho.
“A maioria das vítimas das escolas é por causa do cabelo. As meninas decidem continuar com o cabelo natural e são alertadas por professores que tem que mudar o padrão porque o cabelo de negro não é apresentável. Que país estamos vivendo? Onde os tempos mudaram mais a mente das pessoas continuam pequenas”, afirmou.
Para o coordenador, uma das situações que poderia modificar o preconceito por quem sofre e registra o caso e também aqueles que não registram por retaliação, seria o governo promover debates e políticas públicas na educação racial.
“Falo das três esferas. Deve-se se fortalecer a mídia sobre o racismo e aplicar na Educação, Saúde e em todas as áreas para diminuir a discriminação”, finalizou. (Com informações do Diário de Cuiabá).
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