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POLÍTICA Terça-feira, 20 de Fevereiro de 2018, 14:43 - A | A

20 de Fevereiro de 2018, 14h:43 - A | A

POLÍTICA / GRAMPOS CLANDESTINOS

Sargento revela ter sido convidado por cabo Gerson no esquema de escutas

Wellyngton Souza



(Foto: Alair Ribeiro)

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O juiz Murilo Moura Mesquita, da 11ª Vara Criminal Militar, dá continuidade nesta terça (20), à audiência de instrução no processo que tem como réus cinco militares acusados de envolvimento no esquema de interceptação telefônica ilegal.

 

São réus neste processo os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Lesco, Ronelson Barros, Januário Batista e o cabo Gérson Correa Júnior. Os cinco vão responder pelos crimes de Ação Militar Ilícita, Falsificação de Documento, Falsidade Ideológica e Prevaricação, todos previstos na Legislação Militar. Serão ouvidos na condição de testemunha de acusação o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira e o sargento da PM João Ricardo Soler.

 

Durante depoimento, Jorge Alexandre afirmou que autorizou as interceptações telefônicas sem conferir os números. Jorge Alexandre disse que só ficou sabendo da dimensão dos grampos e das pessoas que foram alvos do esquema de grampos ilegais depois que o caso se tornou um dos maiores escândalos de Mato Grosso.

 

Ele confirmou que os pedidos de grampos eram feitos pelo coronel Zaqueu Barbosa, apontado como o idealizador da Central Clandestina de Escutas da PM no Estado, enquanto os relatórios das escutas eram assinados pelo cabo da Polícia Militar Gerson Correa. O juiz afirmou ainda que nunca recebeu áudio das gravações realizadas pelos investigados.

 

Já João Ricar Soler afirmou que foi convidado a dar apoio técnico ao sistema de interceptações da PM no estado, o "Sentinela", pelo cabo da PM Gerson Corrêa Júnior. O esquema funcionou entre 2015 e 2016 e grampeou indevidamente centenas de números de pessoas que não tinham nenhuma relação com o tráfico de drogas investigado pela polícia.

 

Soler é suspeito de ter instalado uma microcâmera na farda do tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que atuava como escrivão nas investigações dos grampos na PM, para tentar afastar o desembargador Orlando Perri - que era o relator do inquérito dos grampos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), até o processo ter sido remetido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

 

Na audiência, o sargento disse que à época os policiais estavam inconformados com as investigações sobre a morte do estudante de medicina Eric Francio Severo, de 21 anos, em Lucas do Rio Verde (360 km de Cuiabá), em 2014.

 

Por causa disso, se mobilizaram na investigação, por meio da qual foram solicitadas interceptações telefônicas, segundo ele, de suspeitos do crime. Soler argumentou que as escutas ajudaram a desvendar vários crimes, entre eles o da morte de Eric Severo.

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