Fernanda Nazário
Única News
Paralisadas há cinco anos, as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) e o depósito dos vagões foram vistoriados, na manhã desta sexta-feira (28), por vereadores de Cuiabá e Várzea Grande. Eles cobram do governador Mauro Mendes (DEM) uma posição a respeito da conclusão do modal, que devia ter sido entregue para a Copa do Mundo de 2014.
Após o Tribunal de Justiça decidir pela manutenção da rescisão unilateral do contrato entre o Governo de Mato Grosso e o Consórcio VLT, responsável pelas obras do modal, Mendes disse, no dia 06 de junho, que anunciará, em até 30 dias, uma definição sobre o futuro do VLT. Há uma semana para o governador informar sua decisão, os vereadores promoveram a vistoria.
Durante a inspeção, o presidente da Câmara de Cuiabá, Misael Galvão (PSB), se demonstrou indignado com a situação de abandono das obras. “Isso é um desrespeito com o povo cuiabano e várzea-grandense. Se eu falar mais coisa eu vou chorar”.
Segundo ele, os parlamentares municipais das duas cidades vão formar uma aliança para pressionar o governo a resgatar a obra. “Não vamos desistir de lutar pelo VLT. Aqui é mais de R$ 1 bilhão pago e agora vamos fazer nosso papel. Acabamos de consolidar uma aliança entre a Câmara de Cuiabá e Várzea Grande”.
Repórter MT

Para o presidente da Câmara de Várzea Grande, Fábio Tardin (DEM), popularmente conhecido como Fabinho, os várzea-grandenses foram os mais prejudicados, devido aos gelos baianos deixados na AV da FEB, que causam acidentes e desconforto aos empresários das proximidades.
“O que não pode mais acontecer é ficar isto aqui. Esse tanto de dinheiro parado e a população morrendo em Várzea Grande, em especial os várzea-grandenses, que trafegam diuturnamente para Cuiabá. Ali, no gelo baiano, que cortou nossa cidade, quebrou muitos empresários. O que não podemos mais é ficar parados, sem fazer nada”, diz Fabinho.
Sobre a possibilidade de troca do modal para o BRT, o vice-prefeito da cidade industrial, José Aderson Hazama, que também acompanhou a vistoria, entende que a luta no momento é pelo VLT, mas vai respeitar uma decisão contrária a isso. “Acredito que essa obra [BRT] também não será executada com menos de R$ 1 bilhão de investimento. Vamos achar onde e como uma solução para resolver esse imbróglio”.
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (CREA), João Pedro Valente, considera o BTR ‘antieconômico’. A troca de modal, segundo ele, é difícil de ser realizada, uma vez que já há uma base construída para VLT.
“Hoje, para você construir isso aqui, pelos números que temos lá de trás, está entre R$ 700 milhões a R$ 900 milhões. Para mudar de modal para o BRT, gastaria em torno de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões, ou seja, esse R$ 1 bi iria para o lixo. Essa estrutura toda teria que ser removida para colocar outra. Então, do ponto de vista econômico, é inviável, ainda levando em consideração que este modelo é muito mais limpo e muito mais moderno. Seria dar um passo para trás”, avalia.
Para saber a opinião da população sobre o melhor caminho para o VLT, os vereadores planejam realizar uma audiência pública em cima dos trilhos do modal, na ponte Júlio Muller, com a presença de representantes do governo, prefeituras das cidades afetadas pelo modal, ONGs, Assembleia Legislativa, entre outras entidades. A data do evento ainda não foi marcada.
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